Oposição ucraniana divulga novas condições para resolver crise política
Kiev, 21 jan (EFE).- A oposição ucraniana propôs nesta terça-feira novas condições para resolver a crise política gerada pelos violentos confrontos em Kiev, enquanto seus líderes exigem negociações diretas com o presidente, Viktor Yanukovich.
“A esta altura, o básico é retirar as forças de segurança do centro da cidade, parar a violência, revogar o pacote de leis ditatoriais, e a renúncia do governo”, defendeu Arseni Yatseniuk, líder do partido Batkivschina (Pátria).
Yatseniuk culpou o silêncio e a inação de Yanukovich pelos violentos confrontos que as manifestações pacíficas se tornaram após o comício opositor do domingo em Kiev no qual ficaram feridas centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais.
“Estamos como estamos porque o presidente não fala e se esconde há dois meses. O povo recebeu o direito de passar dos protestos pacíficos aos não pacíficos”, disse, segundo as agências locais.
Na sua opinião, “a surdez das autoridades e seu menosprezo ao povo” são as causas da situação criada na capital ucraniana.
Yatseniuk reconheceu que há consultas entre representantes da administração presidencial e a oposição, mas não negociações políticas ao mais alto nível.
O opositor considera que Yanukovich é obrigado a revogar as controversas leis adotadas em 16 de novembro e que, segundo a oposição, restringem a liberdade de reunião e de expressão, e significam o advento de um Estado policial.
“O presidente promulgou essas leis. Yanukovich e o governista Partido das Regiões têm direito e é obrigado a revogá-las. Existe um mecanismo: a convocação urgente de uma sessão parlamentar”, disse.
O opositor se referia às leis que, entre outras coisas, proíbem a instalação de barracas, alto-falantes e palcos em locais públicos, e permitir a detenção de manifestantes usando capacetes ou máscaras.
As brigas entre manifestantes e soldados antidistúrbios continuam hoje pelo terceiro dia consecutivo no centro da capital ucraniana.
A linha de frente se transferiu da Praça da Independência, reduto opositor há dois meses, às imediações do estádio do Dínamo de Kiev.
Por enquanto, o governo negou que esteja analisando a possibilidade de implantar o estado de exceção para pôr fim às desordens, embora desde o Partido das Regiões sejam feitas chamadas para adotar essa medida urgentemente. EFE
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