Oposição venezuelana pede “decisão justa” sobre López em audiência dessa 5ª

  • Por Agencia EFE
  • 06/05/2014 15h37
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Caracas, 6 mai (EFE).- A plataforma da oposição venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) disse nesta terça-feira que uma eventual decisão de libertar o líder opositor Leopoldo López na próxima quinta-feira, durante uma audiência preliminar em um tribunal de Caracas, seria “positiva” para a convivência interna e a imagem exterior.

A audiência preliminar da quinta-feira “pode fortalecer ou fragilizar ainda mais o Estado de direito”, na opinião da MUD, que chama a “a sanidade e a responsabilidade da Administração de Justiça”.

“Uma decisão justa que liberte Leopoldo López seria positiva para a Venezuela, tanto para sua convivência interna como para sua imagem internacional”, disse a MUD em comunicado emitido dois dias antes da audiência preliminar no Tribunal 16 de Controle de Caracas.

López está em uma prisão militar perto de Caracas desde 18 de fevereiro e, neste 8 de de maio, um tribunal de Caracas decidirá se abre julgamento contra ele.

O dirigente opositor é acusado dos crimes de autoria intelectual de incêndio intencional, instigação pública, danos e formação de quadrilha pelos atos violentos de 12 de fevereiro, quando uma marcha pacífica que López convocou se juntou com outra de estudantes na sede principal do Ministério Público.

Paralelamente, um grupo atacou o edifício do Ministério Público e incendiou vários carros da polícia forense, em atos que deixaram três mortos e dezenas de feridos e detidos.

López, os estudantes e outros dirigentes opositores que convocaram a manifestação se desvincularam depois desses atos violentos, que posteriormente deram lugar a uma onda de protestos antigoverno que deixou incidentes violentos com um saldo de 41 mortos.

“Ninguém pode ser detido e julgado por suas opiniões, é um princípio elementar da democracia. Com as opiniões pode-se estar ou não de acordo, mas elas não constituem crime”, acrescentou o texto da MUD.

A aliança opositora afirmou que “as pesquisas demonstraram” que dois dos três mortos em 12 de fevereiro, um ativista opositor e outro governista, foram vítimas de ações “realizadas por funcionários policiais”, em alusão aos oito funcionários de corpos do Estado acusados pelos homicídios.

“O processo a López – prosseguiu – é partidário demais para ser justo. Ao todo, 95% das 120 provas promovidas pela promotoria, ao mesmo tempo vítima e acusação, provêm de fontes estatais e, 95%, das 76 testemunhas promovidas são funcionários do Estado”.

O advogado Juan Carlos Gutiérrez, da equipe de defesa de López, disse na semana passada que em 8 de maio apresentará provas de que a violência foi gerada pelos “infiltrados” vinculados ao governo. EFE

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