Oposição venezuelana suspende reuniões técnicas de diálogo com governo
Caracas, 12 mai (EFE).- A aliança de oposição venezuelana Mesa de la Unidad Democrática (MUD, mesa da unidade democrática) informou nesta segunda-feira sobre a “paralisação” das reuniões técnicas de trabalho com o governo dentro do processo de diálogo até a próxima quinta-feira, quando é esperada a chegada dos chanceleres da União das Nações Sul-americanas (Unasul) no país.
“As reuniões foram paralisadas até a chegada dos chanceleres da Unasul para poder fazer assim um balanço de tudo o que aconteceu na presença dos mesmos”, disse à Agência Efe um dos representantes da MUD no processo de diálogo, o presidente do partido Copei, Roberto Henríquez.
Além disso, o secretário-executivo adjunto da MUD, Ramón José Medina, divulgou no Twitter uma publicação do site “La Patilla” que recolhe suas próprias declarações afirmando que as reuniões estão suspensas como forma de rejeição “à repressão injustificada contra estudantes e manifestantes”.
Segundo a publicação, as reuniões dos grupos de trabalho das Comissões de Anistia, da Verdade, Descentralização e de Designação dos Membros dos Poderes Públicos foram suspensas.
Espera-se que a quarta reunião no processo de diálogo entre governo e oposição, que começou no dia 10 de abril, aconteça na próxima quinta-feira com a presença dos três chanceleres da Unasul que se comprometeram a acompanhar as conversas que têm como objetivo amenizar a crise política na Venezuela.
A chanceler da Colômbia, María Ángela Holguín, que integra a comissão de chanceleres junto com seus colegas do Equador, Ricardo Patiño, e do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, confirmou hoje em Bogotá que na quinta-feira será realizada essa reunião entre as partes em conflito.
A Venezuela continua vivendo um clima de protestos e hoje aconteceram novos conflitos entre grupos de mascarados e a polícia, que impediu a passagem de uma manifestação em direção ao centro de Caracas que pedia a libertação de 11 pessoas detidas na quinta-feira passada após a remoção dos acampamentos de manifestantes.
Os protestos antigovernamentais vêm acontecendo durante os últimos três meses, a maioria de maneira pacífica, mas os incidentes violentos ocorridos em alguns deles deixaram um saldo de 42 mortos, o último deles no dia da remoção dos acampamentos, e mais de 800 feridos. EFE
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