Organização denuncia que 104 palestinos foram presos administrativamente
Jerusalém, 23 jun (EFE).- Mais de cem palestinos foram colocados sob detenção administrativa durante a operação de busca dos três estudantes israelenses supostamente sequestrados na Cisjordânia, informou a organização de defesa dos presos palestinos Adamer.
Este mecanismo permite que Israel prenda indivíduos entre quatro e seis meses renováveis sem acusações formais nem julgamento.
Segundo a Adamer, 104 dos 471 palestinos detidos desde 12 de junho, quando foi lançada a operação de busca dos três estudantes israelenses desaparecidos quando viajavam perto de uma colônia na Cisjordânia, foram colocados sob este regime. Este número eleva para 300 os presos que se encontram nesta situação em presídios de Israel.
O aumento coincide com uma greve de fome mantida há mais de cinquenta dias por cerca de cem presos, que exigem sua liberdade, dos quais nove foram internados na unidade de terapia intensiva.
Recentemente, a integrante do Comitê executivo da Organização pela Liberdade da Palestina (OLP), Hanan Ashrawi, denunciou o aumento desta prática de detenção e advertiu sobre seus possíveis consequências.
“A ampla campanha de detenções lançada (por Israel) após o desaparecimento dos três colonos israelenses só agravará o problema e aumentará a tensão. Muitos dos detidos nos últimos dias permanecerão presos sob detenção administrativa por tempo indefinido”, criticou Ashrawi em um comunicado.
Os três jovens, identificados como Eyal Yifrachm, de 19 anos, Naftali Frenkel e Gilad Shaar, ambos de 16, desapareceram na noite de 12 de junho perto da colônia de Gush Etzion, onde estudam.
Desde o dia seguinte, o exército e as demais forças de segurança israelenses iniciaram um operação durante a qual foram detidas mais de 300 pessoas. Segundo o exército israelense, a maioria é composta por membros do movimento islamita Hamas, que Israel responsabiliza pelo suposto sequestro. EFE
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