Organização do exílio Cubanow apoia diálogo entre Obama e Castro

  • Por Agencia EFE
  • 12/04/2015 16h32

Miami, 12 abr (EFE).- A organização Cubanow, com sede em Miami, deu as boas-vindas neste domingo à “nova era de compromisso construtivo” aberta pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o líder cubano, Raúl Castro, após o histórico encontro que tiveram na Cúpula das Américas.

“Hoje a Guerra Fria acabou de verdade”, disse em comunicado Ric Herrero, diretor-executivo desta organização do exílio cubano, defensora do fim do embargo e da abertura de vias de diálogo com a ilha.

Ao contrário de outras organizações de exilados cubanos, que consideram que a aproximação entre os dois presidentes apenas legitima a “opressão” do castrismo, Herrera se mostrou de acordo com Obama quando assinalou que é contraproducente “tentar nos insertar em formas além da persuasão”.

O diretor da Cubanow destacou que as “políticas de isolamento” empreendidas do exterior trabalharam contra os objetivos de “promover a democracia e os direitos humanos” em Cuba, e por isso a organização apoia a “nova era de compromisso construtivo” que Obama e Castro iniciaram.

A reunião tête-à-tête de ontem entre os dois presidentes na VII Cúpula das Américas, palco do primeiro encontro em mais de meio século entre um presidente dos Estados Unidos e um de Cuba, causou sentimentos de indignação e decepção entre a grande maioria dos representantes do exílio em Miami.

Sylvia Iriondo, presidente do grupo Mar por Cuba, que denunciou ter sido agredida no Panamá por oficiais castristas da mesma forma que outros dissidentes que participaram dos foros prévios à cúpula, disse à Agência Efe que o encontro de ontem e o aperto de mãos da sexta-feira entre Obama e Castro “legitimam a opressão, a violência e a barbárie que continuam sendo promovidas pelo regime castrista”.

Para Iriondo, a prova mais recente de que o governo cubano segue amparando ações repressivas e de intimidação foi a agressão que sofreram na quarta-feira passada vários dissidentes cubanos no Panamá por parte de oficiais castristas.

Quem também expressou sua indignação pela reunião de Obama com Castro foi Antonio Díaz Rodríguez, secretário-geral do Movimento Cristão de Libertação (MCL), fundado pelo falecido Oswaldo Payá, que foi um dos líderes mais importantes da dissidência interna cubana.

“Os cubanos somos os grandes excluídos da cúpula, os que continuamos sofrendo a tirania do castrismo, contemplando uma reunião (de Obama com Castro) que não representa os direitos do povo de Cuba”, argumentou Díaz.

Por sua vez, o destacado grupo do exílio Diretório Democrático Cubano considerou que a reunião entre os líderes “não significa nenhuma mudança fundamental na realidade cubana nem beneficia o povo cubano”. EFE

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