“Os Cinco” apostam em uma relação “normal” entre Cuba e EUA

  • Por Agencia EFE
  • 21/07/2015 22h27
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San Salvador, 21 jul (EFE).- Gerardo Hernández, um dos cinco cubanos presos por espionagem nos Estados Unidos e considerados heróis em seu país, disse nesta terça-feira que o povo de Cuba quer ter uma relação “normal” e respeitosa com o americano, para o qual é necessário o fim do embargo e da base de Guántanamo.

Hernández, durante uma visita a El Salvador junto com os outros quatro ex-agentes, disse que o grupo apoia o processo para normalizar as relações entre Cuba e Estados Unidos, depois que ontem foram reabertas as embaixadas dos dois países. em Washington e Havana, após 54 anos de antagonismo.

No entanto, o ex-agente afirmou que as relações não serão normais enquanto existir o bloqueio “criminoso” sobre Cuba e a base “ilegal” de Guantánamo em solo cubano.

“Observamos com muito entusiasmo e esperança o processo e esperamos que as palavras do secretário de Estado dos Estados Unidos sejam sinceras e honestas”, opinou Hernández.

O secretário John Kerry manifestou que os EUA estão “decididos” a viver “como bons vizinhos sobre a base do respeito mútuo” e mostrou sua vontade de que todos os cidadãos, tanto nos Estados Unidos como em Cuba, “olhem para o futuro”.

Hernández comentou que o restabelecimento de relações diplomáticas entre a ilha e seu vizinho do norte representa um “triunfo” para Cuba.

O processo “é um triunfo para o povo cubano, que sempre teve a razão. Aos cubanos revolucionários nos satisfaz enormemente chegar a este momento histórico, nosso país nunca renunciou a seus princípios e sempre se manteve leal a seus ideais”, acrescentou.

“Os Cinco” visitaram hoje El Salvador onde participaram de atos políticos e culturais organizados pelo partido governista Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN).

Além disso, “Os “Cinco” mantiveram um encontro com o presidente salvadorenho, Salvador Sánchez Cerén, que considerou que a experiência vivida pelos “heróis” cubanos simboliza o “triunfo da vida sobre o terrorismo e a morte, da dignidade e do amor à pátria”.

“São vocês os mensageiros da esperança e da dignidade dos povos da América Latina, temos muito que aprender de vocês. Saibam que sua história seguirá encorajando nossos povos a manter vivo os ideais de justiça e liberdade”, disse o chefe de Estado de El Salvador.

Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González foram condenados a longas penas de prisão em 2001 por integrarem uma rede de espionagem cubana na Flórida.

Os agentes, todos eles já em liberdade, alegam que sua missão era monitorar supostos grupos terroristas contrários ao regime cubano. EFE

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