Otan acredita que deveria haver mais presença na Líbia após operação de 2011
Riga/Bruxelas, 18 fev (EFE).- O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, considerou nesta quarta-feira que deveria haver “mais presença da comunidade internacional” na Líbia após a operação militar em 2011 liderada pela Otan e sob mandato da ONU que contribuiu para queda do regime de Muammar Kadafi.
“É preciso lembrar que a operação da Otan na Líbia foi uma operação com um mandato claro das Nações Unidas. Ela foi realizada para proteger os civis contra os ataques do regime de Kadafi, e nós fizemos isso”, disse Stoltenberg perante a imprensa em Riga, onde participa da reunião dos ministros da Defesa da UE.
Para Stoltenberg, “o desafio” na Líbia “esteve no que ocorreu depois” da intervenção das forças da Aliança Atlântica.
“Deveria ter ocorrido um acompanhamento, ter mais presença da comunidade internacional”, indicou, dizendo que não considerava um “erro” a intervenção aliada perante a crise política e de segurança que o país do norte da África atravessa atualmente.
Segundo o político norueguês, “isso não é só responsabilidade da Otan, há muitas organizações internacionais diferentes”.
“Acho que todos vemos agora que deveria ter havido mais presença depois das operações militares de 2011”, acrescentou o dirigente aliado.
Stoltenberg ressaltou que a situação na Líbia “é muito grave” e deixou claro que a Otan “apoia os esforços das Nações Unidas “para tentar conseguir uma solução pacífica aos enfrentamentos que estão se desenvolvendo”.
A revolta contra Kadafi começou nas regiões do leste no final de janeiro de 2011, com uma série de protestos sociais inspirados nas revoltas que ocorreram nessa época na Tunísia e Egito.
Em meados de março desse ano e em plenos combates entre o Exército regular e os rebeldes, a França e Estados Unidos decidiram apoiar os rebeldes, que com a intervenção posterior da Otan, desequilibrariam a balança e sentenciariam seis meses depois o destino de Kadafi, que foi executado.
Atualmente o enviado especial da ONU para a Líbia, o espanhol Bernardino León, conduz as negociações entre as diferentes facções líbias para tentar formar um governo de unidade e pôr fim ao conflito no país, imerso no caos e na violência. EFE
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