Otan adverte que referendo da Crimeia dificultará solução para crise

  • Por Agencia EFE
  • 14/03/2014 16h03

Bruxelas, 14 mar (EFE).- O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussem, advertiu nesta sexta-feira que o referendo do Estado autônomo da Crimeia, que será realizado no domingo para decidir se a população deseja continuar pertencendo à Ucrânia ou prefere se integrar à Rússia, dificultará os esforços para encontrar uma solução pacífica e política para crise.

“A realização deste referendo minará os esforços internacionais para encontrar uma solução pacífica e política para crise na Ucrânia”, disse Rasmussem em comunicado.

Rasmussem afirmou que continua seguindo os eventos na Ucrânia “com grande preocupação” e reiterou que o “chamado referendo” da península da Crimeia do dia 16 “viola diretamente a Constituição ucraniana e o direito internacional”.

“Se for realizado, não terá nenhum efeito jurídico ou legitimidade política”, acrescentou o secretário-geral da Aliança.

Além de dificultar os esforços da comunidade internacional para encontrar uma saída pacífica à crise, a consulta violaria os princípios da Carta das Nações Unidas, lembrou.

Por isso, “é vital que se mantenham estes princípios”, sublinhou o principal responsável da Otan.

A crise ucraniana, as tensões com a Rússia e a consulta de domingo sobre o futuro da Crimeia foram abordadas hoje em reunião dos 50 membros da Associação para a Paz no Conselho de Associação Euroatlântico a pedido da Ucrânia.

“A Rússia deve atuar com responsabilidade, cumprir suas obrigações sob o Direito Internacional e ater-se aos princípios do Conselho OTAN-Rússia e da Associação para a Paz”, assinalou Rasmussen.

A Associação para a Paz inclui os países da Otan, alguns países europeus que não são integrados nela (como a Irlanda) e os que fizeram parte da antiga União Soviética e não se integraram na Aliança.

O secretário-geral da Aliança recalcou que as partes têm que dar uma oportunidade ao diálogo e à negociação a fim de conseguir uma redução das tensões e uma solução política. EFE

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