Otan adverte que se a Rússia avançar na Ucrânia será “erro histórico”
Bruxelas, 2 abr (EFE).- O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, advertiu nesta quarta-feira à Rússia que, se fizer um novo avanço militar em território Ucraniano, estaria cometendo um “erro histórico” que acarretaria consequências de “amplo alcance” e mais “isolamento internacional” para Moscou.
“Se a Rússia interviesse mais longe na Ucrânia, não duvidaria em chamar isso de erro histórico”, enfatizou Rasmussen em entrevista coletiva ao final da reunião de ministros das Relações Exteriores de dois dias realizada em Bruxelas.
Na sua opinião, essa situação “levaria a um maior isolamento internacional da Rússia” e “teria consequências de amplo alcance para as relações entre a Rússia e o mundo ocidental”.
Além disso, considerou que seria “um erro de cálculo, com enormes consequências estratégicas”.
Rasmussen lembrou que a Otan constatou uma “acumulação militar massiva” russa na fronteira com a Ucrânia, e que “não vimos sinais de uma redução significativa” de tropas.
Apesar de o anúncio de Moscou de que havia retirado um batalhão, fontes da Otan disseram ontem que a retirada de mil homens é “insignificante” em comparação com os cerca de 40 mil que permanecem na fronteira.
O político dinamarquês também ressaltou que essas forças militares russas mantêm um nível de disposição “muito alto”, o que é um assunto de “grave preocupação”.
Rasmussen ressaltou que os aliados “não estamos discutindo opções militares” e que “achamos que o caminho adequado é encontrar uma solução política e diplomática”.
Voltou a urgir à Rússia a “retirar suas tropas, fazer honra a seus compromissos internacionais e a entabular um diálogo construtivo diretamente com o governo ucraniano”.
“Espero que (os russos) tenham escutado a mensagem, porque querem encontrar de maneira sincera uma solução política, acho que o primeiro passo deveria ser diminuir a situação militar e recuar as tropas”, comentou.
Sobre a situação política ucraniana, Rasmussen disse que “não receberam nenhuma reação direta da Rússia” mas que são conscientes das declarações públicas feitas por Moscou que indicam “a pressão russa sobre a Ucrânia para que modifique sua Constituição”, o que considerou que deve ser tratado internamente na Ucrânia “sem interferências internas”.
Também afirmou que, a partir de algumas declarações públicas das autoridades russas, entende que Moscou quer “restabelecer uma esfera de influência russa que cubra o antigo espaço soviético”.
“Acho que se trata disso, de tentar intimidar a Ucrânia e de ter um grande impacto” na política do país. EFE
rja/tr
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