Otan reforçará fronteira oriental pelo “comportamento da Rússia”
Bruxelas, 5 fev (EFE).- O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou nesta quinta-feira que a organização reforçará sua presença em países aliados do leste da Europa pelo “comportamento” da Rússia nessa zona e pelo auge do extremismo na fronteira meridional da Aliança.
“Não há uma ameaça imediata concreta”, admitiu Stoltenberg em entrevista coletiva durante a realização de uma reunião de ministros da Defesa aliados.
“A razão pela qual estamos fazendo o que estamos fazendo, com um aumento da presença na parte oriental da Aliança e também estabelecendo uma força de desdobramento rápido, é pelo comportamento da Rússia no leste”, precisou.
Stoltenberg se referiu ao fato de Moscou estar “mudando fronteiras mediante o uso da força”, em referência à anexação “ilegal” da península ucraniana da Crimeia e seu papel “desestabilizador” no conflito separatista nas regiões orientais desse país, assim como seu comportamento em crises anteriores nas também repúblicas ex-soviéticas de Moldávia ou Geórgia.
“Mas também é por isso que vemos no sul”, acrescentou, em alusão ao aumento de extremistas jihadistas no Oriente Médio e no norte da África.
Os ministros abordam hoje o reforço de sua presença em seis países-membros do leste da Europa para “poder fazer frente a qualquer desafio para a segurança”, e também a criação de uma nova força que possa desdobrar em dias cerca de 5 mil soldados, tanto no leste como no sul da Aliança.
Perante o pedido de armas do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, à comunidade internacional para lutar contra os separatistas pró-Rússia do leste de seu país, Stoltenberg afirmou que a Otan seguirá respaldando “firmemente” a soberania e integridade territorial da Ucrânia mediante um “forte apoio político e prático”, ajudando a modernizar suas forças e fomentando reformas.
Por outro lado, enfatizou que “a Otan não tem armas” e que a possível entrega de armamento por parte de países aliados à Ucrânia “tem que ser uma decisão individual” desses países.
“É importante que abordem os aliados individualmente, não a Otan”, concluiu.
Stoltenberg também disse que se reunirá com Poroshenko fora da Conferência de Segurança que começa amanhã em Munique (Alemanha), à qual também assistirá o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Stoltenbegr assegurou que prevê se reunir igualmente com Lavrov no marco do canal de diálogo político que a Otan deixou aberto com Moscou após a decisão de suspender toda cooperação prática pela intervenção russa na Ucrânia. EFE
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