Otan se reunirá amanhã a pedido da Polônia, que receia ser afetada pela crise
Bruxelas, 3 mar (EFE).- O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, anunciou nesta segunda-feira que amanhã o Conselho do Atlântico Norte se reunirá após o pedido da Polônia de que sejam realizadas consultas invocando o artigo IV do Tratado Atlântico por causa da crise da Ucrânia.
Esse artigo prevê que a Otan chame os países para debater a necessidade de se preparar para uma eventual defesa do território de um dos países-membros se este sentir que sua integridade territorial, independência política ou segurança está ameaçada.
Participarão da reunião embaixadores dos 28 países aliados, assinalou a Otan. Será a segunda realizada pelos países aliados nas últimas horas para abordar a rápida deterioração da crise ucraniana com a intervenção militar russa na região autônoma da Crimeia.
“Os eventos na Ucrânia são considerados uma ameaça aos países vizinhos aliados e têm implicações sérias e diretas para a segurança e a estabilidade da área euro-atlântica”, afirmou Rasmussen.
A situação na região preocupa especialmente à Polônia, sócio da Otan e vizinho da Ucrânia, que no sábado reivindicou o respeito à integridade territorial da Ucrânia e exigiu “o fim dos movimentos de tropas provocadoras” na Crimeia.
A Polônia demonstrou em várias ocasiões sua preocupação com a situação na Ucrânia e o ministro polonês das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, que viajou várias vezes à Kiev, publicou sábado no Twitter que tinha pedido uma reunião da Otan em nível ministerial esta semana para tratar da situação.
O presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, alertou também que seu país “poderia sentir a ameaça diante de uma potencial intervenção militar russa” no país vizinho.
Ao término da reunião do Conselho do Atlântico Norte realizada ontem, Rasmussen pediu que a Rússia respeite a integridade territorial da Ucrânia e retire suas tropas do país porque isso “viola as normas internacionais”.
Rasmussen urgiu também Moscou a respeitar suas obrigações em virtude da Carta das Nações Unidas e do espírito e os princípios da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que zelam pela paz e pela estabilidade no continente.
O secretário-geral da Otan anunciou que a pedido de vários aliados contatou o embaixador russo no órgão, Alexander Grushko, “para sugerir uma reunião extraordinária do Conselho OTAN-Rússia sobre a situação da Ucrânia para o dia 5 (quarta-feira)”.
“O embaixador Grushko prometeu considerar a proposta e contestar amanhã”, acrescentou a Otan.
Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) celebraram hoje uma reunião extraordinária em Bruxelas em que advertiram o presidente russo, Vladimir Putin, de possíveis “consequências” para suas relações bilaterais, entre elas a negociação para liberalizar vistos, se Moscou não der passos para diminuir a tensão na crise ucraniana. EFE
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