Ouvidor da Polícia de SP afirma relação entre chacina de Osasco e mortes anteriores na cidade

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2015 13h01
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OSASCO, SP - 14.08.2015: VIOLÊNCIA-SP - Bar na rua Antônio Benedito Ferreira, no bairro Munhoz Junior, em Osasco, onde por volta das 20h30 uma chacina deixou dez mortos. A noite mais violenta do ano na Grande São Paulo deixou ao menos 20 pessoas mortas e sete feridos em Osasco e Barueri, em um intervalo de aproximadamente duas horas e meia, na noite desta quinta-feira (13). Na maioria dos casos as ações foram semelhantes, homens encapuzados estacionaram um carro, desembarcaram e dispararam vários tiros contra as vítimas. Em alguns locais dos crimes, testemunhas disseram que os assassinos perguntavam por antecedentes criminais, o que definia vida ou morte das pessoas. (Foto: Avener Prado/Folhapress) Avener Prado/Folhapress Chacina

A Ouvidoria Geral da Polícia do Estado de São Paulo entregou para a Polícia Civil um relatório com seis mortes que ocorreram na região de Osasco antes da chacina da semana passada, que deixou 18 mortos em Osasco e Barueri.

Em entrevista a Jovem Pan, o ouvidor geral das polícias, Julio Cesar Fernandes Neves afirmou que as mortes dos dias 08 e 09 de agosto possuem conexão com a chacina da última quinta-feira (13). “Houve a morte do policial no dia 07. Naquela mesma noite, no dia 08, às 01h39 houve uma execução na cidade de Osasco. Às 01h44 houve outra execução em Osasco. Não bastasse isso, às 2h mais uma execução, às 3h outra. Às 6h54 outra execução em Osasco. No dia 9, às 19h30, mais uma execução”, disse.

O ouvidor explicou que os casos foram tratados pela polícia como uma “situação normal” e esclareceu que existe a possibilidade de ligação entre as mortes. “É impossível tantas mortes em apenas uma noite ser considerada uma situação normal. Não dá para ver com estes olhos. Existe a possibilidade de conexão, porque logo depois houve a chacina na cidade de Osasco. Mais que isso, teve um sobrevivente que disse que a abordagem foi igual a da chacina, em que perguntava se a pessoa tinha antecedentes criminais ou não”.

Neves ressaltou que as mortes não deveriam ter sido tratadas como uma situação cotidiana e deu a entender que isso pode ter acarretado na chacina como forma de “chamar a atenção”.

“É muita coincidência. Não só isso, ninguém tinha levantado estas seis mortes. Estava sendo tratada como situação cotidiana, coisa que não é. O pessoal que fez isso, fez achando que ia chamar atenção, não chamou atenção e pode ter ocorrido a chacina para desta vez chamar a atenção da população”.

A respeito das investigações, o secretário de Segurança Pública de SP, Alexandre de Moraes descartou qualquer relação entre as mortes dos dias 8 e 9 e da chacina.

O secretário afirmou que as investigações seguem em andamento, mas que até agora ninguém foi preso e não existem suspeitos. A Polícia segue fazendo o trabalho de buscas à armas e munições.

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