Pai de bebê com Down abandonado na Tailândia tem 22 condenações por abuso

  • Por Agencia EFE
  • 07/08/2014 03h42

Sydney (Austrália), 7 ago (EFE).- O pai do bebê com síndrome de Down supostamente abandonado na Tailândia foi condenado em 22 ocasiões por crimes relacionados com o abuso de menores, revelam vários documentos da justiça australiana divulgados nesta quinta-feira pela imprensa do país.

O homem, de 56 anos, foi sentenciado em 1997 a três anos de prisão por molestar duas meninas, de 7 e 10 anos de idade, no início da década de 1980.

As vítimas, que sofreram abuso quando visitavam a casa do homem, o denunciaram depois de adultas e conseguiram que o pedófilo fosse condenado por 18 acusações.

Segundo a sentença, o sujeito “roubou a infância” das vítimas, que sofreram problemas emocionais por causa do incidente.

Um mês depois de sua entrada na prisão, foram apresentadas novas acusações contra o australiano por assédio a uma menor de 13 anos em meados dos anos 1990.

O júri o considerou culpado de quatro acusações e o condenou a 18 meses de prisão.

O escândalo envolvendo o bebê abandonado na Tailândia começou quando a tailandesa Pattaramon Chanbua, que serviu de barriga de aluguel para o casal australiano, os acusou de terem levado uma menina em boas condições de saúde e abandonado seu irmão gêmeo, o bebê Gammy, que nasceu com síndrome de Down e problemas cardíacos.

O casal, que vive na cidade de Bunbury, ao sul de Perth (a maior cidade do oeste australiano), foi identificado por um amigo da família que pretendia defender a versão dos mesmos e acusou a mãe tailandesa de estar “mentindo”.

Os serviços sociais da Austrália Ocidental tentaram visitar a casa do casal para comprovar os cuidados que a menina recém-adotada vem recebendo e abriram uma investigação.

Pattaramon, que declarou que o casal lhe ofereceu 16 mil dólares australianos (US$ 14.898) para ser barriga de aluguel, pediu que a menina fosse devolvida depois que soube do histórico de abuso de menores do pai adotivo.

O caso criou uma grande polêmica na sociedade da Austrália, onde as autoridades vêm intensificando o cerco sobre as agências que contratam barrigas de aluguel na Tailândia e, inclusive, fechou várias delas.

As autoridades tailandesas abriram uma investigação sobre o uso dessas mães de aluguel, um recurso que, segundo a lei local, só é autorizado caso a mulher seja parente de um dos pais e proíbe a gestação em troca de dinheiro. EFE

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