Pai de criança abandonada na Tailândia abusou de menor, diz imprensa

  • Por Agencia EFE
  • 05/08/2014 02h02
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Sydney (Austrália), 5 ago (EFE).- O pai da criança com Síndrome de Down que foi abandonada na Tailândia cumpriu pena em uma prisão da Austrália por ter cometido atos indecentes com um menor, informou nesta terça-feira a imprensa local.

Segundo a emissora australiana “Channel 9”, o homem, natural do estado da Austrália Ocidental e cuja identidade ainda não foi revelada, foi preso em 1998 por abusar de um menor de 13 anos, uma circunstância da qual sua atual mulher tem conhecimento.

O casal é acusado de levar uma menina gerada por uma mãe de aluguel tailandesa, Pattaramon Chanbua, e abandonar seu irmão gêmeo, Gammy, que nasceu com Síndrome de Down e problemas cardíacos.

Os dois garantiram que não sabiam da existência do menino e se defenderam, alegando dificuldades com o idioma, sobre o complicado processo de barriga de aluguel em entrevista à emissora “ABC”, enquanto no “Channel 9” colocaram em dúvida que Pattaramon fosse a mãe que eles contrataram para gestar a criança.

Pattaramon, que declarou que o casal ofereceu 16 mil dólares australianos (US$ 14,8 mil) para que ela fosse barriga de aluguel, pediu que a menina fosse devolvida depois que soube que o pai já foi condenado por abuso de menor.

“Estou muito preocupada com minha menina. Necessito da ajuda para que minha menina seja devolvida para mim o mais rápido possível. Essa informação me deixa doente”, disse Pattaramon ao grupo “Fairfax”, que revelou o caso na semana passada.

Uma campanha solidária na Austrália recolheu 200 mil dólares australianos (US$ 186 mil) para ajudar a mãe a custear as despesas do tratamento médico do bebê, que está internado em um hospital por conta de uma infecção pulmonar.

O caso criou uma grande polêmica na sociedade australiana, onde as autoridades intensificaram o fechamento de agências dedicadas a buscar barrigas de aluguel na Tailândia.

As autoridades tailandesas abriram uma investigação sobre o uso dessas mães de aluguel, um recurso que, segundo a lei local, só é autorizado caso a mulher seja parente de um dos pais e proíbe a gestação em troca de dinheiro.

Um funcionário do alto escalão do Ministério da Saúde tailandês, Arkom Praditsuwan, disse ao jornal “The Nation” que sete clínicas são autorizadas a realizar esse tipo de operação e outras cinco são suspeitas de fazê-la ilegalmente.

Arkom informou que, no caso do casal australiano, a fertilização foi realizada em uma clínica privada que já foi fechada, enquanto o parto aconteceu em um hospital privado nos arredores de Bangcoc.

Na Austrália, os moradores dos estados de Nova Gales do Sul, Queensland e do Território de Canberra estão proibidos de contratar esse tipo de serviço no exterior.

Estima-se que cerca de 200 casais australianos esperam para adotar um bebê tailandês através desse procedimento. EFE

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