Pai de estudante morto na USP questiona divulgação de laudo que revela consumo de drogas

SÃO PAULO,SP,23.09.2014:CORPO-USP - Corpo é encontrado na raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo), na zona oeste da cidade de São Paulo, SP, na manhã desta terça-feira (23). O corpo foi retirado pelo Corpo de Bombeiros. A Polícia Técnico-Científica foi acionada para identificar o corpo e se ele é do estudante Victor Hugo Santos, que desapareceu na madrugada de sábado (20) na festa dos 111 anos do Grêmio Politécnico no Velódromo da USP. . (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Folhapress) Corpo do estudante Victor Hugo Santos é encontrado na raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo)

Pais de estudante encontrado morto na raia olímpica da USP criticam vazamento de laudo do IML e afirmam que vão contestar o documento. No texto, o Instituto Médico Legal conclui que Victor Hugo Santos consumiu droga sintética antes do afogamento, a causa oficial da morte.

Para o advogado da família, o laudo contradiz os depoimentos de amigos quando cita que o estudante não consumiu álcool na festa. Ademar Gomes acrescenta que é necessário saber como Victor Hugo chegou à raia e por que ele morreu afogado já que sabia nadar.

O laudo do IML conclui que o afogamento foi resultado do uso da droga NBOM, que é semelhante ao LSD. Falando a Victor La Regina, o pai do estudante, José Marcos Santos, diz que o filho não era viciado e pede maior consciência sobre o tema.

“Se ele soubesse, ele não teria ingerido”, disse. “É um apelo de um pai superferido, mas que pode dar o apelo para vocês de que meu filho não era um viciado”, afirmou.

Enquanto o advogado Ademar Gomes garante que ainda não viu o laudo, os pais do jovem criticam o vazamento do documento divulgado pela imprensa. Segundo a mãe do estudante, Vilma Marques, o consumo de drogas pelo filho não esconde a negligência da USP e dos organizadores da festa.

“Negligência de quem deu a festa, de quem alugou o espaço, de quem vende a substância com o nome de amnésia”

A polícia acredita que o laudo divulgado pelo IML reforça a tese de que a morte de Victor Hugo Santos foi acidental. A investigação, conduzida pelo Departamento de Homicídios, corre sob sigilo e, por esse motivo, o laudo não poderia ter sido divulgado.