Pais das vítimas de naufrágio na Coreia do Sul se manifestam em Seul

  • Por Agencia EFE
  • 09/05/2014 06h31
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Seul, 9 mai (EFE).- Mais de uma centena de familiares dos aproximadamente 250 estudantes mortos no naufrágio da balsa Sewol, na Coreia do Sul, se concentram nesta sexta-feira nas proximidades do palácio presidencial de Seul para protestar e exigir uma reunião com a chefe de Estado, Park Geun-hye.

Os parentes, que estão cercados por um cordão policial, exibem fotografias de seus entes queridos vítimas do naufrágio, assim como laços amarelos (símbolo de solidariedade com as vítimas) e cartazes exigindo explicações do governo.

A presença de mais de uma centena de policiais impede a passagem dos manifestantes em uma rua do centro da capital, a algumas centenas de metros do palácio presidencial.

O cordão estabelecido pelas forças de segurança impede também que outras pessoas se juntem ao protesto, enquanto vários simpatizantes compareceram ao local e colaram milhares de adesivos na parte externa dos ônibus da polícia com homenagem aos mortos e críticas ao governo.

Desde o naufrágio do Sewol no dia 16 de abril, os familiares das vítimas criticaram duramente o governo e o acusam de não ter estabelecido as medidas de prevenção adequadas, além do péssimo gerenciamento do resgate e de não ter se esforçado o suficiente para salvar os passageiros.

Das 476 pessoas que estavam no barco, 304 morreram ou estão desaparecidas, entre elas mais de 250 estudantes com entre 16 e 17 anos de um instituto de ensino médio da cidade de Ansan (ao sul de Seul) que faziam uma viagem escolar.

Apesar de Park ter se reunido nos primeiros dias com os familiares das vítimas e pedido perdão posteriormente, os pais dos jovens acreditam que isso não é o suficiente e hoje começaram esta concentração que, segundo analistas, pode trazer custos políticos para o governo.

Um dos últimos incidentes que elevaram o mal-estar dos parentes e da sociedade em geral foi a enésima correção dos dados por parte do Executivo, que elevou nesta semana o número de mortos e desaparecidos de 302 para 304, o que gerou ainda mais desconfiança.

Além disso, ontem o diretor de jornalismo da emissora pública “KBS”, Kim Se-gon, que costuma ter posições favoráveis ao governo, comparou as vítimas do Sewol com o número de mortos em acidentes de trânsito, o que causou indignação entre as famílias que resolveram se manifestar em frente à sede da emissora. EFE

aaf/rpr

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