Pais de jovens desaparecidos prometem ser pedra no sapato do governo mexicano

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2015 23h18

Cidade do México, 24 set (EFE).- Os pais dos 43 estudantes mexicanos desaparecidos expressaram nesta quinta-feira sua decepção após a reunião que tiveram com o presidente Enrique Peña Nieto, e asseguraram que serão a “pedra no sapato” do governo em sua busca por justiça.

“O Estado nunca deu nada além que golpes psicológicos aos pais”, disse Mario González, um dos membros da delegação que se reuniu com o presidente no Museu Tecnológico da Cidade do México.

González declarou que no início da reunião “voltaram a golpear” os pais ao reiterar-lhes a versão oficial de que os 43 alunos da escola de professores de Ayotzinapa desaparecidos em 26 de setembro de 2014 no estado de Guerrero foram assassinados por membros do cartel Guerreros Unidos e seus restos queimados em um depósito de lixo.

Em entrevista coletiva na principal praça da Cidade do México, González disse que esperavam que a procuradora Arely Gómez, “por ser mulher, teria um pouquinho de sensibilidade com as mães dos 43 alunos, mas não a teve porque não sabe o que é isso”.

María de Jesús Tlatempa, mãe de um dos 43 desaparecidos também expressou decepção sobre a reunião com o presidente e sua equipe.

“Nós já sabíamos o que ia acontecer. Como o governo poderia responder?”, lamentou, advertindo que os pais não vão retroceder em sua busca por justiça.

“Embora estejamos cansados, vamos continuar. Vamos ser a pedra no sapato do governo, porque não nos podemos ir para casa sem saber onde estão nossos filhos”, enfatizou.

Os pais apresentaram hoje a Peña Nieto uma lista com oito exigências, entre elas a criação de uma unidade especial de investigação com duas instâncias: uma encarregada de buscar os jovens e outra que averigue as irregularidades cometidas pela procuradoria durante as investigações. EFE

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