Pais dos 43 estudantes pedirão verdade sobre paradeiro de filhos a Peña Nieto

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2015 20h20
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Cidade do México, 24 set (EFE).- Um ano depois do desaparecimento de 43 estudantes na cidade mexicana de Iguala, seus pais querem saber o que de fato ocorreu na noite em que foram atacados por policiais corruptos, declarou nesta quinta-feira seu porta-voz, Felipe de la Cruz.

Em declarações à “Radio Formula”, o representante informou que sua prioridade no encontro de hoje com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, “é saber o que aconteceu” no dia 26 de setembro de 2014 e onde estão os jovens.

Nesta reunião, a segunda com o líder depois da realizada em 29 de outubro do ano passado, o Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) entregará seu relatório do caso a Peña Nieto, detalhou De la Cruz.

Os pais apresentarão logo depois uma “folha de reivindicações específicas” e esperam um “compromisso formal” por parte do presidente para cumpri-las.

“Há um ano, Peña Nieto pediu confiança e recebeu, mas hoje podemos dizer que não cumpriu”, acrescentou o porta-voz dos pais dos 43 alunos da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa, que desapareceram em Iguala, no estado de Guerrero.

Segundo a versão da procuradoria, os estudantes foram detidos por policiais corruptos e entregues a membros do cartel Guerreros Unidos, que supostamente os assassinaram e incineraram seus corpos em um aterro sanitário do município vizinho de Cocula.

Essa versão foi questionada no início de setembro pelo grupo de analistas independentes designados pela CIDH, que após seis meses de investigações concluíram que não há evidências para assegurar que os jovens foram queimados nesse aterro.

O advogado dos parentes, Vidulfo Rosales, repetiu hoje que será pedido a Peña Nieto a criação de uma unidade especial dentro da Procuradoria-Geral da República com duas áreas, uma dedicada à busca dos jovens e outra a questionar as irregularidades cometidas na investigação do caso e denunciadas pelo GIEI.

Os parentes dos estudantes iniciaram na noite de quarta-feira uma greve de fome na praça central da capital para lembrar os 43 jovens, como parte das atividades do primeiro aniversário da tragédia no próximo sábado. EFE

pmc/vnm

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