Países alertam sobre o risco de divisão e conflito religioso em Mianmar

  • Por Agencia EFE
  • 15/09/2015 15h13
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Bangcoc, 15 set (EFE).- Nove países, entre eles Estados Unidos e cinco europeus, aletaram nesta terça-feira sobre o risco de “divisão e conflito” em Mianmar (antiga Birmânia) pelo uso da religião na campanha das eleições gerais de 8 de novembro.

As embaixadas da Austrália, Canadá, Dinamarca, Japão, França, Noruega, Suécia, do Reino Unido e EUA mostraram preocupação em comunicado conjunto emitido um dia depois que monges budistas ultranacionalistas iniciaram mobilizações.

Os monges votam a aprovação de várias leis que restringem as conversões, os casamentos inter-religiosos e o número de filhos, mas que, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, perpetuam a discriminação das minorias, sobretudo dos muçulmanos.

“Como parceiros internacionais que investimos no êxito do país e nas eleições, estamos preocupados perante a perspectiva de que a religião será utilizada como ferramenta de divisão e conflito durante a campanha eleitoral”, diz o comunicado.

As embaixadas pediram ao governo, à Comissão Eleitoral, aos partidos e líderes religiosos que “promovam um espírito de tolerância, respeito mútuo e igualdade sob a lei para garantir eleições pacíficas e inclusivas”.

Após quase cinco décadas de regimes militares, Mianmar iniciou em 2011 reformas de corte democrática que foram sombreadas por vários surtos de violência sectária, sobretudo contra a minoria muçulmana do país.

Os incidentes mais graves ocorreram em 2012 no estado de Rakhine, no oeste do país, em enfrentamentos entre a maioria budista e a minoria muçulmana Rohingya que deixaram pelo menos 160 mortos e levaram milhares a campos de deslocados.

Em março, perante a pressão de budistas ultranacionalistas, o governo revogou os documentos de identidade a milhares de rohingyas, que perderam o direito a voto e de concorrer como candidatos às eleições, já que Mianmar não reconhece a cidadania dos mesmos.

As eleições serão as primeiras organizadas por um governo não militar em mais de 50 anos. EFE

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