Países do leste da África pedem adiamento das eleições no Burundi

  • Por Agencia EFE
  • 31/05/2015 14h23

Dar-es-Salam, 31 mai (EFE).- A cúpula extraordinária dos líderes dos países do leste da África sobre o Burundi pediu ao governo do país o adiamento, por um mês e meio, das eleições previstas para 26 de junho.

Os chefes de Estado presentes na reunião -a segunda desde que começou a crise no Burundi dedicada à situação neste país- também fizeram uma chamada para que a violência chegue ao fim uma semana depois do assassinato do líder da oposição, Zedi Feruzi.

Após a reunião realizada na cidade tanzaniana de Dar-es-Salam, a Comunidade do Leste da África (EAC, organização que agrupa os países da zona) negociará uma nova data com o presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, e a oposição.

O anúncio do presidente em abril sobre sua intenção de concorrer a um terceiro mandato proibido pela Constituição provocou uma onda de protestos no Burundi que terminaram com a morte de dezenas de pessoas.

Nkurunziza sobreviveu em maio a uma tentativa de golpe de Estado, realizado enquanto estava na Tanzânia na cúpula da EAC.

O presidente burundinês não foi a esta nova reunião regional, na qual esteve representado por seu ministro das Relações Exteriores, Bernard Membe.

A cúpula contou com a participação dos presidentes da Tanzânia, Uganda e Quênia, que junto ao Burundi e Ruanda -cujo presidente também não esteve presente- fazem parte da EAC.

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, tomou parte na reunião em qualidade de observador, assim como a presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma.

Os líderes da EAC recomendaram que fossem dissolvidas as juventudes de todos os partidos políticos no Burundi, e pediram ao governo que crie as condições de paz e segurança necessárias para o retorno dos refugiados.

Cerca de 100 mil pessoas fugiram do Burundi nas últimas semanas por medo da repressão política e buscaram refúgio em Ruanda, Tanzânia e na República Democrática do Congo (RDC), segundo dados da Alta Delegacia das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE

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