Países do Tratado da Antártida ratificam compromisso com a preservação

  • Por Agencia EFE
  • 07/05/2014 20h12

Brasília, 7 mai (EFE).- A XXXVII Reunião do Tratado da Antártida terminou nesta quarta-feira em Brasília com um firme compromisso a favor da preservação do “continente branco” e a decisão de incentivar a cooperação científica nessa região do planeta.

Durante a reunião, que foi realizada durante os últimos dez dias em Brasília a portas fechadas, “foi ratificada a importância da proteção do ecossistema antártico”, explicou em entrevista coletiva a chefe do Departamento Antártico da Chancelaria brasileira, Maria Rita Silva.

Na reunião de Brasília participaram representantes dos 50 países que fazem parte do Tratado Antártico, assinado inicialmente em 1959 pela Argentina, Austrália, Bélgica, Chile, França, Japão, Nova Zelândia, Noruega, África do Sul, a extinta União Soviética, o Reino Unido e Estados Unidos.

O Tratado entrou em vigor em 1961, conta hoje com a adesão de 50 países e tem como meta preservar a Antártida como uma zona desmilitarizada, reservada para a pesquisa científica e na qual se proíbe expressamente a exploração de recursos naturais.

Em relação à cooperação, a diplomata brasileira disse que os países-membros do Tratado concordaram incentivá-la e também que o resultado das investigações na Antártida tenha uma maior divulgação e seja partilhado com toda a comunidade internacional.

Maria Rita explicou que outro assunto debatido na reunião de Brasília foi o crescimento da atividade turística na região antártica, e, embora tenha dito que apesar de ter sido constatado um aumento, também foi comprovado que as visitas são realizadas dentro das normas já estabelecidas.

“Há um certo problema com atividades realizadas fora das normas e da cooperação que existe entre os países e os agentes turísticos”, por isso que pediu que “essa atividade seja controlada de maneira eficiente”, indicou o diplomata brasileira.

Maria Rita disse que, entre outros assuntos, foi tratada a discussão que existe sobre a criação de novas áreas protegidas na Antártida, até agora obstaculizadas pela China e Rússia, entre outros países.

No entanto, a brasileira explicou que os países do Tratado Antártico concordaram que esse debate deve prosseguir no marco do Convenção sobre a Conservação dos Recursos Vivos Marítimos Antárticos (CCAMLR, por sua sigla em inglês).

“Foi acordado que a CCAMLR é o fórum correspondente”, embora tenha manifestado o apoio dos países do Tratado Antártico ao debate, que será reatado em reunião que esse organismo realizará em outubro na Austrália, indicou.

As conferências do Tratado Antártico foram realizadas a cada dois anos entre 1961 e 1994, quando passaram a ser anuais. Segundo foi acordado em Brasília, a próxima reunião será realizada em meados de 2015 na Bulgária. EFE

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