Países emergentes crescerão menos em 2015, segundo Santander

  • Por Agencia EFE
  • 09/02/2015 21h29

São Paulo, 9 fev (EFE).- O economista do Santander, Maurício Molan, destacou nesta segunda-feira, durante um encontro com investidores e acionistas do banco em São Paulo, que as economias emergentes deverão crescer menos em 2015, com consequências claras para o Brasil, cuja balança comercial é pautada em grande parte pela exportação de commodities.

“As economias emergentes são mais intensivas no uso de matérias primas, mais intensivas no consumo de commodities e quando essas economias consomem menos os preços das commodities acabam caindo e quando os preços de commodities caem a gente tem uma piora das nossas contas externas em geral”, destacou Molan durante sua apresentação.

O cenário avaliado pelo banco para a sua tomada de decisões contrasta com o divulgado no ao passado, quando as estimativas eram vistas como “otimistas” por não terem previsto um cenário de recessão tal como se desenhou na economia brasileira ao longo de 2014, segundo lembrou o economista do Santander.

“Isso não significa que (uma recessão) não seja um fator de risco relevante para o futuro em função da deterioração dos fundamentos que a gente observou ao longo de 2014: a inflação subiu, as contas fiscais pioraram muito e temos um ambiente internacional mais desafiador”, lembrou Molan que foi categórico ao início de sua apresentação: “2015 será o ano em que o Brasil deverá reinventar sua economia”.

Isso, segundo ele, porque o país veio de uma tendência “inequívoca” de queda na dívida externa nos últimos anos para entrar num novo ciclo de tendência ascendente da dívida.

“As contas fiscais pioraram e a dívida passou a subir, quando a dívida passa a subir o mercado fica mais inquieto e coloca mais prêmio de risco e exige um retorno maior do investimento”, explicou o economista ao destacar que o governo “está ciente da necessidade de reverter os rumos da política fiscal”.

“Há claramente uma percepção de que o próprio governo e os formadores de política perceberam que a gente chegou num limite no que se refere à expansão fiscal”, ressaltou.

No cenário internacional, Molan ressaltou uma mudança de panorama no crescimento econômico mundial, que voltará a ser encabeçado pelas economias desenvolvidas ante os emergentes.

“O fato é que você tem uma mudança de referência em relação ao crescimento global. Enquanto as economias desenvolvidas vão crescer mais, as economias emergentes vão crescer um pouco menos”, salientou o economista que vê também um ano de depreciação do Real.

“Essa conjuntura já sugere que a gente tem uma tendência de depreciação para a moeda brasileira e um impacto negativo para as contas externas”, concluiu Molan. EFE

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