Países emergentes e em desenvolvimento acham que internet é boa para educação
San Francisco, 19 mar (EFE).- Os países emergentes e em desenvolvimento acreditam que a internet tem um efeito positivo na educação, nas relações pessoais e na economia, mas consideram que seu impacto sobre a moral é majoritariamente negativo, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira.
O trabalho do Pew Research Center, divulgado hoje, se baseia em 36.619 entrevistas feitas em 32 países emergentes e em desenvolvimento, entre eles México, El Salvador, Colômbia, Venezuela, Nicarágua, Peru, Brasil, Chile e Argentina, realizadas entre 17 de março e 5 de junho de 2014.
Segundo a pesquisa, 64% dos entrevistados disseram acreditar que a internet tem um impacto positivo na educação e mais de 50% que sua influência nas relações pessoais e na economia é propícia.
Apesar das vantagens das novas tecnologias, são maioria os que pensam que a influência da internet sobre a moral é negativa (42%), contra 29% que consideram que o impacto é positivo.
Os pesquisadores do Pew Research Center sublinharam que em nenhum dos países indagados a maioria disse que a internet tem um impacto positivo na moral.
O estudo insistiu também que são muitos os que ficaram à margem totalmente da revolução de internet.
Em termos gerais, uma média de 44% da população nos 32 países analisados utiliza internet pelo menos ocasionalmente, seja através de seus telefones celulares ou outros dispositivos. Nos Estados Unidos, o número é de 87%.
As taxas de acesso à web variam consideravelmente de país para país, e oscilam entre 76% do Chile, 51% do Brasil e 67% da Venezuela e 28% do Senegal, 15% de Uganda e 21% de Gana.
O relatório destaca que entre as nações com menor acesso estão as densamente povoadas do sul e sudeste asiático, como a Indonésia, onde apenas 24% da população têm acesso à web, Índia (20%), Bangladesh (11%) e Paquistão (8%)
Similares diferenças foram observadas no número de pessoas que têm computadores e que oscila entre 3% de Uganda e 78% da Rússia.
O estudo destaca, por outro lado, que em países como o Chile e China o uso de smartphones é comparável ao dos Estados Unidos.
Em geral, aqueles que acessam com maior frequência a internet são os mais educados e os jovens entre 18 e 34 anos.
O uso de internet é também mais alto entre aqueles que lêem ou falam inglês, sustenta o estudo.
Quase dois terços (66%) dos que têm acesso à internet nos países consultados fazem isso diariamente e uma média de 82% acessam redes sociais como Facebook e Twitter.
Na América Latina, a Venezuela é o país no qual mais pessoas usam as redes sociais, 88%, segundo o relatório de Pew. No Chile, Peru, México e Brasil a porcentagem também supera 80%.
A maioria dos consultados nos 32 países ativos em redes sociais compartilha informações sobre cultura, música e esporte e em menor medida produtos comerciais, política e religião.
O estudo destaca que uma média de 84% da população nos 32 países consultados têm telefone celular, embora não necessariamente um smartphone. Nesse sentido, só uma média de 24% disseram ter um telefone capaz de acessar a internet e aplicativos móveis.
Entre os países latino-americanos, o Chile é o que tem maior número de usuários de smartphones, com 58%, seguido da Venezuela, com 39% e Argentina com 34%, enquanto no México a porcentagem é de 28%, na Colômbia de 27% e no Brasil de 24%. Em El Salvador, Nicarágua e Peru esses números não chegam a 20%.
A principal atividade dos proprietários de celulares é o envio de mensagens de texto, mais frequente que o envio de fotos e vídeos.
O número de proprietários de computadores varia também drasticamente de país para país, com mais de 70% na Rússia e Chile e abaixo de 15% na Indonésia, Gana, Paquistão e Índia. EFE
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