Países mais emissores têm planos para ser economias baixas em carbono em 2050
Madri, 17 set (EFE).- Os 16 principais países emissores de CO2 já contam com planos para adotar nas próximas décadas e se transformar em economias baixas em emissão de carbono em 2050, sem que isso suponha um desprezo ao crescimento.
Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Reino Unido, Rússia, e África do Sul, que somam 70% das emissões mundiais, são os países que já fizeram o citado exercício no marco do projeto “Caminhos de Descarbonização Profunda”.
A iniciativa foi apresentada nesta quinta-feira em Madri por Teresa Ribera, diretora do Instituto para o Desenvolvimento Sustentável e as Relações Internacionais (Iddri), promotor deste projeto no qual participam 40 instituições científicas dos 16 países e a organização das Nações Unidas, Sustainable Development Solutions Network (SDSN).
O projeto, ressaltou Ribera, coloca uma maneira muito mais realista de abordar a mudança climática e conseguir que a temperatura do planeta não suba mais do que dois graus no final do século, pois se centra em como cada país pode chegar a deixar suas emissões ao mínimo em meados de século.
“Já não basta dizer um número, é importante explicar como vai alcançá-lo para oferecer solvência e credibilidade aos investidores” acrescentou.
Embora todos os cientistas usarem a mesma metodologia e os 16 planos perseguirem deixar as emissões em 1,7 toneladas de CO2 per capita em 2050 (número consequente com os dois graus), cada país desenhou diferentes vias para sua descarbonização segundo sua situação socioeconômica.
Desta maneira, há países que propõem um maior peso em seu “mix” energético da geração nuclear, outros que se centram mais em um modelo 100% renovável e outros que farão uso da captura de CO2 para assumir os investimentos já feitos em combustíveis fósseis.
No entanto, Ribera disse que os 16 planos coincidem em recorrer a três vias fundamentais para conseguir a descarbonização: o impulso em massa à economia e à eficiência, a geração de eletricidade sem CO2 e a eletrificação de usos como o transporte; e em uma premissa: “que é preciso começar o mais rápido possível”.
O estudo aborda também a maneira na qual a transição para uma economia baixa em carbono pode se transformar em aliada da luta contra a pobreza ou dos problemas de saúde, como é o caso do plano da China que prevê que a poluição caia 70% em um cenário de descarbonização.
A descarbonização colocada não representa custos adicionais, o que muda é o destino do dinheiro: ao invés de ir para a produção e importação de combustíveis fósseis, será destinado ao desenvolvimento de tecnologias baixas em carbono. EFE
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