Palestino é condenado a 22 meses de prisão por treinar com EI na Síria

Jerusalém, 3 nov (EFE).- Um tribunal da cidade de Haifa, no norte de Israel, condenou a 22 meses de prisão um palestino com cidadania israelense por ter treinado com integrantes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, informou a imprensa local nesta segunda-feira.

Ahmad Shurbaji, jovem de 23 anos de Umm O-Fahem, maior cidade árabe-israelense do país, foi condenado em setembro por ter entrado de maneira ilegal na Síria e ter treinado com o EI, embora a sentença só tenha ocorrido nesta segunda-feira.

A corte aceitou a alegação do Estado que “ir a um país inimigo para (receber) treino militar, especialmente a Síria, e mais em particular para treinar com o Estado Islâmico, é uma ofensa que representa uma grave ameaça à segurança de Israel”.

A juíza Orit Kantor rejeitou os argumentos da defesa de que Israel não tinha jurisdição no caso porque as operações militares foram na Síria.

Os advogados de Shurbaji basearam suas alegações na ajuda do acusado, durante o treino, a rebeldes em sua luta contra o regime de um estado inimigo.

O veredito assinala que os cidadãos árabes israelenses que retornam da luta na Síria podem colocar em perigo a segurança do Estado de diversas formas, como usar a experiência militar adquirida para atacar Israel ou criar laços entre combatentes retornados e milicianos da Jihad Islâmica global.

O auto de acusação, apresentado em maio contra Shurbaji, indicava que ele havia participado de confrontos armados pelo EI contra o regime do presidente sírio, Bashar al Assad.

O agora condenado entrou em território sírio através da Turquia em janeiro e retornou ao país em abril pelo aeroporto internacional de Ben Gurion, próximo a Tel Aviv, momento em que foi detido pelas forças de segurança. EFE