Palestinos e israelenses chegam a acordo para prosseguir com conversas

  • Por Agencia EFE
  • 08/04/2014 08h24
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Jerusalém, 8 abr (EFE).- Palestinos e israelenses chegaram a um acordo para prosseguir com os contatos entre seus negociadores Saeb Erekat e Tzipi Livni, respectivamente, para tentar evitar o colapso do processo iniciado no ano passado sob a mediação dos Estados Unidos, informou nesta terça-feira a rádio pública israelense.

Os dois negociadores mantiveram duas reuniões nas últimas 48 horas, que contaram com a presença do enviado americano para o processo, Martin Indyk.

No encontro, realizado em Jerusalém, ambos concordaram em prosseguir com as conversas para tentar solucionar o impasse surgido há dez dias, quando Israel deixou em suspenso a libertação da quarta leva de presos palestinos.

Pouco depois da medida israelense, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, assinou quinze solicitações de adesão a tratados e convenções internacionais. E Erekat anunciou novas condições para retomar um diálogo com Israel.

O processo se tornou ainda mais difícil pela decisão israelense de abrir licitação para a construção de 700 casas no território ocupado da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

“As diferenças continuam mas ambas as partes estão comprometidas a resolvê-las”, anunciou nesta madrugada de Washington a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki.

A reunião de ontem à noite ocorreu após Kerry advertir que os EUA estão reconsiderando seu papel em futuras negociações de paz no Oriente Médio.

A rádio militar israelense informou hoje que o secretário de Estado se reunirá amanhã com o chefe da diplomacia israelense, Avigdor Lieberman, que se encontra em Washington, para tentar consolidar o resgate do processo negociador.

O objetivo mais urgente é conseguir que as conversas continuem para além de 29 de abril -fim do prazo inicial de nove meses que as partes estipularam em julho do ano passado.

Segundo a proposta dos Estados Unidos, Israel deve libertar imediatamente o quarto rodízio de 30 presos e se comprometer a soltar mais detidos até o fim do ano.

Como gesto de boa vontade, Washington anunciaria o indulto para Jonathan Pollard, um ex-analista civil de inteligência da marinha americano que no anos 80 foi condenado por espionagem em um dos maiores escândalos nas relações entre ambos os países. Anos depois, Pollard se nacionalizou israelense.

Israel também exigiu que os palestinos retirem as quinze solicitações de adesão. Apesar disso, Abbas e o ministro palestino de Relações Exteriores, Riad al-Maliki, pedirão amanhã o apoio da Liga Árabe para a iniciativa.

Em entrevista coletiva realizada ontem em Ramala, o dirigente palestino Mohammed Stayeh afirmou que as portas para o diálogo permanecem abertas, mas que as conversas não podem caminhar pelo mesmo caminho de antes e Israel deve mostrar que tem “um plano sério para pôr fim à ocupação” da Cisjordânia. EFE

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