Palestinos e israelenses retomarão negociações indiretas em outubro

Cairo, 23 set (EFE).- As delegações palestina e israelense decidiram nesta terça-feira no Cairo, a capital do Egito, retomar as negociações indiretas na segunda metade de outubro para conseguir uma trégua permanente, informou o Ministério das Relações Exteriores egípcio em comunicado.

Durante a rodada de hoje, que foi a primeira depois do acordo de cessar-fogo do dia 26 de agosto, as duas partes expressaram seu “compromisso para estabelecer a trégua e acordar a ordem do dia para o tratamento dos assuntos pendentes”, diz a nota.

Além disso, se comprometeram a “concluir as negociações indiretas, com supervisão da Inteligência egípcia, durante a segunda metade do próximo mês de outubro”.

Por outro lado, o dirigente do Hamas, Izzat al Rishq, que faz parte da delegação dos negociadores palestinos, disse para a imprensa que as consultas serão retomadas na última semana do mês que vem.

Também detalhou que as duas partes entregaram hoje ao mediador egípcio os tópicos dos assuntos que cada um quer tratar nas próximas negociações.

O acordo assinado no final do mês de agosto por Israel e as milícias palestinas da Faixa de Gaza pôs fim a 50 dias de enfrentamentos armados nos quais morreram mais de 2.100 palestinos e 70 israelenses.

Em virtude do acordo, ambas as partes aceitaram interromper as hostilidades para iniciar o debate sobre algumas das principais reivindicações palestinas, como a construção de um porto marítimo e de um aeroporto na Faixa de Gaza, questões das quais Israel sempre mostrou reservas.

Além disso, as partes abordarão a libertação de presos detidos por Israel e a abertura permanente da passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e o Egito, no deserto do Sinai.

Trata-se de uma exigência do Hamas da qual o Egito está disposto a mostrar flexibilidade se o controle da passagem for responsabilidade das forças da Autoridade Nacional Palestina, uma circunstância que depende do avanço das negociações de reconciliação entre o Fatah e o Hamas. EFE