Palestinos entram em outra aldeia da Cisjordânia após despejo de Ein Hijleh

Jerusalém, 7 fev (EFE).- Um grupo de ativistas palestinos entrou nesta sexta-feira em outra aldeia abandonada do vale do Jordão, horas depois de unidades do exército israelense desalojarem “à força” a cidade vizinha de Ein Hijleh, repovoada na sexta-feira passada.

Segundo ativistas citados pela agência de notícias local “Maan”, a nova “aldeia de resistência pacífica” se estabeleceu em Al Joula, um grupo de casas situada na área de Jiftlik, no norte do disputado vale.

Da mesma forma que em Ein Hijleh, desalojada de madrugada, o objetivo é demonstrar que a zona, embora sob autoridade militar israelense, é terra ocupada e como tal deve ser devolvida em um eventual acordo de paz com Israel.

“Dezenas de pessoas se estabeleceram nesta aldeia para lembrar que é palestina”, explicou Bassa Maslamani, membro do comitê central da Frente Democrática a Libertação da Palestina (FDLP).

O futuro do vale do Jordão é um dos pontos de atrito do plano de paz promovido pelo secretário de Estado americano, John Kerry, para conseguir que palestinos e israelenses assinem um acordo de paz antes do fim de abril.

Israel resiste a sair dos assentamentos construídos após a guerra dos Seis Dias, em 1967 – ilegais segundo a legislação internacional – e pretende conservar uma presença militar prolongada nesta zona, que faz fronteira com a Jordânia, inclusive após um possível acordo de paz.

Os palestinos, por sua vez, exigem o desmantelamento das colônias e a saída gradual das tropas, e ofereceram cinco anos de transição e a opção de que seja instalada ali uma força multinacional, liderada pelos EUA e pela Otan.

Organismos como a UE e organizações internacionais como a ONU expressaram sua preocupação pelo aumento da demolição de aldeias no vale do Jordão, enquanto grupos palestinos denunciam que Israel tem a intenção não declarada de incluir sua anexação nas negociações. EFE