Palestinos pedem “justiça” em inauguração da árvore de Natal de Belém
Belém (Cisjordânia), 6 dez (EFE).- Sob o lema “Neste Natal só quero justiça”, milhares de palestinos ocuparam neste sábado a Praça da Manjedoura, em Belém, na Cisjordânia, para dar início à data festiva no local onde, segundo a tradição cristã, nasceu há mais de 2.000 anos Jesus de Nazaré.
Em um ambiente tanto festivo como protestante, o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdala, acendeu a enorme quantidade de luzes na entrada da Basílica da Natividade, que ficarão ligadas até o dia 7 de janeiro.
Antes, a árvore, decorada com milhares de luzes e bolas com as cores da bandeira da Palestina, foi abençoada pelos representantes do Vaticano na Terra Santa e das distintas igrejas ortodoxas.
“Desfrutar o início do Natal em Belém é incrível. Como cristã, sinto uma vibração especial neste ambiente, tão perto de onde Jesus nasceu”, explicou à Agência Efe Don Smith, um peregrino do estado de Arkansas, nos Estados Unidos.
Sentimentos parecidos foram expressados Sally, uma empresária palestina que se apressa para iniciar um novo comércio de presentes, apesar da greve que o setor sofreu por causa da ofensiva israelense contra Gaza e a onda de violência que sacudiu Israel nos últimos meses.
“Os palestinos estão acostumados a sofrer. Mas também somos um povo que sabe lutar contra a adversidade. Eu, sobretudo, confio no Senhor, que nasceu aqui, e que nos ensina que não se deve cruzar os braços. É Natal, um período muito especial, em particular para nós os cristãos. Esta árvore não será tão linda nem grande como outras nos Estados Unidos ou na Europa, mas significa muito mais. Aqui nasceu Jesus”, afirmou.
A ofensiva em Gaza tirou a vida de mais de 2.100 pessoas, a maioria civis palestinos, deixou mais de 11 mil feridas e uma enorme marca de destruição na já empobrecida faixa palestina.
Segundo dados da comunidade internacional, serão necessárias cerca de duas décadas para se recuperar a normalidade nas regiões mais atingidas e um investimento superior a 5 bilhões de euros.
O primeiro-ministro palestino lembrou a necessidade que todo o povo, cristãos e muçulmanos, cisjordanianos e de Gaza, se mantenham unidos apesar das dificuldades “por um objetivo comum, a liberdade da Palestina”.
A aglomeração também contou com música, incluindo o coral de Belém, uma banda de rock e apresentações de gaita de um grupo de escoteiros.
Com muitos peregrinos, alguns procedentes da China, as canções natalinas e as fantasias de Papai Noel dominavam a cidade de Belém neste primeiro sábado de preparativos para o Natal, dedicado principalmente às crianças. EFE
jm/vnm
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