Palestinos tentam chegar a um acordo em negociações na capital do Egito

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 17h36

Cairo, 24 set (EFE).- O Fatah conversou nesta quarta-feira com o Hamas no Cairo, a capital do Egito, sobre como evitar que os palestinos tenham “duas cabeças e duas palavras nas questões da paz e da guerra”, informou à Agência Efe o responsável da delegação do Fatah, Yasser Abu Sido.

Nessas conversas, que terminam amanhã, as duas partes tentam atingir um consenso sobre como unificar a administração palestina em Gaza e na Cisjordânia sob o comando único do governo de reconciliação nacional, liderado pelo primeiro-ministro palestino, Rami al Hamdala.

Abu Sido acrescentou que entre os assuntos analisados hoje se destacam o controle da Autoridade Nacional Palestina (ANP) dos serviços de segurança em Gaza, que por enquanto estão supervisionados pelo Hamas, além do domínio da passagem fronteiriça de Rafah, que liga a Faixa de Gaza com o Egito.

O responsável do Fatah lamentou que o Hamas considere que um acordo neste sentido levará ao desarmamento das facções palestinas estabelecidas em Gaza e que lutam contra Israel.

Por outro lado, assinalou que depois que o Hamas passou controlar Gaza, em junho de 2007, esse movimento recrutou vários funcionários e é necessário revisar suas competências e a adequação de seus salários com os cargos que ocupam.

Acrescentou que o mesmo terá que acontecer com os níveis hierárquicos determinados pelo Hamas entre os membros das forças de segurança em Gaza.

Além disso, o responsável palestino afirmou que as duas partes conversaram sobre a formação de uma comissão de especialistas para supervisionar a reconstrução de Gaza, que ficou devastada após a última ofensiva israelense Limite Protetor, entre os dias 8 de julho e 26 de agosto, que deixou mais de 2.100 mortos em Gaza e 70 em Israel.

Um acordo sobre esse ponto vai fazer com que o novo Executivo resultante seja o único responsável pela reconstrução da Faixa de Gaza em colaboração com as Nações Unidas.

Sobre sua avaliação das conversas, detalhou que está otimista, mas “com muita prudência também”.

A disputa entre as duas facções vem desde junho de 2007, quando os islamitas assumiram o controle da Faixa de Gaza depois que expulsaram às forças leais ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, o que originou dois governos palestinos: um do Hamas em Gaza e outro da ANP na Cisjordânia. EFE

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