Panamá finaliza preparativos a 4 dias da Cúpula das Américas

Cidade do Panamá, 6 abr (EFE).- Delegações oficiais começaram a chegar nesta segunda-feira ao Panamá para participar da VII Cúpula das Américas, enquanto o governo do país finaliza os detalhes da organização e sindicalistas denunciam uma “campanha suja” da “extrema-direita” contra Cuba e Venezuela.

A quatro dias da realização desta “cúpula histórica”, na qual pela primeira vez se sentarão em uma mesma mesa os 35 países do continente, restam poucos preparativos para uma reunião que está causando grande expectativa internacional.

“Quase todos os países já mandaram parte de suas equipes. Ontem estiveram por aqui os cubanos”, disse hoje uma fonte da organização.

Cuba, Venezuela, Estados Unidos, Canadá, México e Argentina são alguns dos países que já enviaram uma parte de sua comitiva oficial para preparar os discursos dos presidentes e conhecer as instalações do Atlapa, o centro de convenções da capital panamenha que receberá a reunião continental.

Centenas de trabalhadores corriam contra o relógio nesta segunda-feira para montar os salões onde se reunirão os chefes de Estado do continente e apressavam os últimos detalhes prévios à cúpula.

O labiríntico centro de convenções Atlapa era hoje um vaivém de pessoas, caminhonetes, carrinhos, escadas, cabos, cartazes e computadores, já que a montagem deve terminar hoje porque amanhã começam as tarefas de limpeza.

Também para amanhã está previsto que o governo do Panamá publique na Gazeta Oficial do país um decreto que declara feriado na sexta-feira, 10 de abril, quando começa a reunião hemisférica, para desafogar o tráfego na capital e não prejudicar a realização da cúpula.

Os meios de comunicação internacionais e nacionais também aquecem motores perante o que já é um dos eventos jornalísticos do ano e algumas emissoras instalaram estúdios nas proximidades do centro de convenções para analisar e entrevistar os protagonistas.

Em um desses locais se sentou hoje o embaixador da Venezuela no Panamá, Jorge Luis Díez Durán, que foi entrevistado por uma televisão local, e disse que “se pode esperar qualquer coisa” da cúpula porque “(o presidente dos Estados Unidos, Barack) Obama está nos acostumando com surpresas”.

“Espero que este fórum tenha a maior lucidez e que os chefes de Estado escutem e cumpram com as vozes democráticas que se escutarão aqui”, acrescentou o embaixador venezuelano.

Para Díez Durán, o “reinício” das relações entre Cuba e Estados Unidos fez com que a Venezuela se tornasse o “novo alvo” das autoridades americanas.

“A força econômica e militar dos Estados Unidos não são suficientes para dobrar os povos”, completou o diplomata venezuelano.

A Frente Nacional pela Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais (Frenadeso), um dos organizadores da Cúpula dos Povos, que acontecerá paralelamente à reunião dos chefes de Estado, também fez declarações “anti-imperialistas”.

Em entrevista coletiva, este sindicato panamenho de esquerda denunciou a presença no país de “elementos ligados a grupos terroristas vinculados à máfia de Miami para fomentar uma campanha suja contra Cuba, Venezuela e outros países da Pátria Grande”.

Durante a VII Cúpula das Américas, 19 ex-governantes ibero-americanos vão denunciar o que qualificam como uma “alteração democrática” na Venezuela, segundo informou em Madri a Fundação Faes, presidida pelo ex-chefe do governo espanhol, José María Aznar.

A chamada Declaração do Panamá, que será apresentada no dia 9, insta os governantes americanos a reunir esforços para construir uma “alternativa” à crise venezuelana.

O ex-presidente panamenho, Ricardo Martinelli (2009-2014), que se encontra em paradeiro desconhecido desde o final de janeiro e sobre o qual pesam várias denúncias públicas por corrupção, comemorou essa iniciativa hoje em sua conta pessoal no Twitter.

“Aderimos como ex-presidente para exigir a libertação de todos os presos políticos da América Latina, especialmente Venezuela, Cuba e outros”, escreveu o ex-governante nesta rede social. EFE

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