Papa chega amanhã à América Latina, o “continente da esperança”

  • Por Agencia EFE
  • 04/07/2015 12h45
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Cidade do Vaticano, 4 jul (EFE).- O papa Francisco empreenderá no domingo sua nona viagem internacional, a mais longa realizada até agora, e visitará Equador, Bolívia e Paraguai, países que formam “o continente da esperança”.

O cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, assinalou em entrevista a “Rádio Vaticano” que se trata de uma peregrinação muito desejada pelo pontífice e cheia de expectativas para a Igreja.

Segundo ele, para compreender sua importância é preciso lembrar as palavras do pontífice durante a celebração da Solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do continente americano, em 12 de dezembro.

Francisco falou do “continente da esperança” – termo cunhado por João Paulo II – e afirmou que da América Latina se esperam “novos modelos de desenvolvimento que conjuguem a tradição cristã e o progresso civil”.

E que reúnam “a justiça e a igualdade com a reconciliação, o desenvolvimento científico e o tecnológico com a sabedoria humana e o sofrimento fértil com alegre esperança”.

“Esta é a fisionomia da América Latina e também dos três países que o Santo Padre se prepara para visitar”, acrescentou Parolin.

Para o Vaticano, na América Latina estão acontecendo mudanças econômicas, políticas e culturais como a redução da pobreza, mas, ao mesmo tempo, se registra “uma progressiva secularização” da sociedade, sem alcançar ainda os níveis do resto do ocidente.

“Perante estes novos cenários a Igreja escolheu a via da conversão pastoral, optou pela via da missão, do compromisso missionário e, neste sentido, pode se transformar em um paradigma para outras partes do mundo”, defendeu.

Na mesma linha se manifestou o secretário para as Relações com os Estados, Paul Richard Gallagher, que considerou que o objetivo da viagem é “mostrar o modo como o Cristianismo pode oferecer ainda uma válida contribuição ao afã de justiça, desenvolvimento e paz” desses países.

“A América Latina se apresenta atualmente como um laboratório de ideias e experiências no campo político e social, dirigidas a individualizar novos modelos de democracia e de participação que garantam maior inclusão social”, disse Gallagher a “Avvenire”.

No entanto se mostrou convencido se tratar de um continente “cada vez menos disposto a aceitar em modo dogmático modelos sociais propostos desde o exterior, e desejoso de encontrar recursos para um desenvolvimento de acordo com sua identidade e sua história”.

O papa sairá amanhã do aeroporto romano de Fiumicino e, após 13 horas de voo e mais de 10 mil quilômetros de viagem chegará em Quito, onde se reunirá com o presidente Rafael Correa.

No dia seguinte irá a Guayaquil, onde celebrará uma missa e almoçará com os jesuítas no Colégio Javier, onde se encontrará com velhos amigos, como o espanhol padre Paquito.

Na quarta-feira 8 de julho Francisco visitará em Quito uma residência de idosos e, após um encontro com o clero partirá para a Bolívia.

Ali fará uma visita de cortesia ao presidente Evo Morales no palácio de governo, seguido de um encontro com as autoridades civis na catedral de La Paz.

Para evitar os efeitos da altura na cidade mais elevada do mundo, o papa só permanecerá quatro horas e à tarde seguirá para Santa Cruz de la Sierra.

Ali, entre outros eventos, participará do II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, que celebraram sua primeira edição ano passado no Vaticano.

A última etapa de sua viagem será o Paraguai, o país com maior proporção de católicos da América Latina e onde, após os encontros protocolares, continuará sua visita no hospital pediátrico Crianças de Acosta Ñu e presidirá uma missa na esplanada do santuário mariano de Caacupé.

No domingo 12, Francisco visitará Bañado Norte, que faz parte do cinturão de bairros pobres da capital paraguaia e que sofre periódicas inundações pelo transbordamento do rio Paraguai.

Francisco, deste modo, terá contato com as diferentes realidades sociais do continente sul-americano, em uma tour que confirma seu afã de comparecer, não só às “periferias” geográficas, mas também às existenciais. EFE

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