Papa critica idolatria da riqueza em ato para jovens na Coreia do Sul
Dangjin (Coreia do Sul), 15 ago (EFE).- O papa Francisco criticou nesta sexta-feira a “crescente desigualdade entre ricos e pobres” e a “idolatria da riqueza”, no segundo dia da 6ª Jornada da Juventude Asiática (JJA), que está sendo realizada em Dangjin, na Coreia do Sul.
“Nos preocupa a crescente desigualdade em nossa sociedade entre ricos e pobres. Vemos sinais de idolatria da riqueza, do poder e do prazer, obtidos a um preço altíssimo para a vida dos homens”, disse Francisco diante de seis mil jovens asiáticos.
Após ser recebido com grande entusiasmo pelos presentes, o papa, falando em inglês, afirmou que “é como se um deserto espiritual se estivesse propagando por todas as partes”, o que “afeta também os jovens, roubando-lhes a esperança e, em muitos casos, inclusive a vida”.
Os milhares de fiéis, que vestiam camisetas coloridas dependendo de seus países de origem ou paróquias, usaram seus celulares para imortalizar com fotos a chegada do papa ao local do ato, um dos mais importantes da visita papal.
A cerimônia contou com apresentações, que misturavam folclore, teatro e música. Além disso, três jovens, de Hong Kong, Camboja e Coreia do Sul, conversaram com o pontífice sobre seus problemas e inquietações espirituais e sociais.
Francisco, após um momento fazendo esforço para ler em inglês seu discurso, respondeu de maneira espontânea em italiano, e disse que os jovens deveriam “escutar o Senhor” quando tivessem dúvidas.
Além disso, o papa solicitou um momento de silêncio para se rezar pelos vizinhos da Coreia do Norte, “para que Deus lhes ajude a ser uma só família de novo, sem perdedores ou ganhadores”.
A JJA, de cinco dias de duração, tem sua sede principal no Santuário de Solmoe, o local de nascimento do primeiro sacerdote coreano, Andrew Kim Tae-gon, na cidade de Dangjin.
O encontro é o equivalente asiático da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e foi realizado pela primeira vez em 1999 em Hua Hin, Tailândia, com o objetivo de conectar os jovens católicos do continente mais povoado do mundo, que conta com 137 milhões fiéis.
A 6ª Jornada da Juventude Asiática terminará no domingo com uma missa de encerramento realizada pelo pontífice na fortaleza de Haemieupseong, um espaço histórico junto ao Santuário dos Mártires de Haemi, na cidade de Seosan.
Horas antes do encontro com os jovens, Francisco fez no segundo dia na Coreia do Sul um grande missa da Assunção da virgem Maria no estádio da cidade de Daejeong, palco da Copa do Mundo de 2002, que contou com a presença de 50 mil pessoas.
A viagem de cinco dias do líder da Igreja Católica para a Coreia do Sul, que tem 5,4 milhões de fiéis, é considerada histórica pelo fato de Francisco ser o primeiro papa a visitar o país em 25 anos. EFE
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