Papa dá início à Quaresma com imposição da cinza em Roma

  • Por Agencia EFE
  • 18/02/2015 16h31

Javier Alonso

Roma, 18 fev (EFE).- O papa Francisco iniciou nesta quarta-feira em Roma os atos litúrgicos da Quaresma, o período de preparação espiritual dos católicos para a Páscoa, com a procissão entre a igreja de Santo Anselmo e a basílica de Santa Sabina e a imposição da cinza.

Esta quarta-Feira de Cinzas, a segunda do pontificado do papa Francisco, começou com a procissão entre os dois templos situados na colina romana do Aventino e o papa caminhou fantasiado com uma camada pluvial roxa, cor que indica preparação perante a chegada da Semana Santa.

Durante a procissão, na qual foram pronunciadas litanias, Francisco esteve acompanhado pelos cardeais da Cúria romana, bispos e arcebispos, os monges beneditinos de Santo Anselmo e os padres dominicanos de Santa Sabina, além de alguns fiéis.

Já na basílica de Santa Sabina, no monte romano do Aventino, o papa começou a cerimônia de imposição das cinzas, mas antes pronunciou uma homilia na qual anunciou o “começo do caminho da Quaresma”.

O pontífice lembrou em sua alocução do profeta Joel e utilizou essa referência para chamar à “conversão” espiritual, da qual disse que é preciso fazer “com todo o coração”.

Essa conversão não pode ser “superficial ou transitória”, explicou o papa, que acrescentou que o coração “é a sede de nossos sentimentos, o centro no qual amadurecem nossas escolhas, nossas atitudes”.

Francisco, posteriormente, pediu publicamente o que denominou “do dom das lágrimas”, dizendo que proporciona aos cristãos mais autenticidade para o “caminho da conversão”.

O papa se referiu aos três elementos que compõem o caminho espiritual da Quaresma -a oração, o jejum e a esmola- e lembrou que já no Evangelho se constata que, com a passagem do tempo, ficaram afetados pelo formalismo externo.

“Inclusive diretamente se tornaram em um sinal de superioridade social”, disse o papa em sua homilia, na qual sustentou que Jesus advertiu contra essa tentação, que resumiu no que definiu como a “hipocrisia”.

“Quando é feito algo de bom -disse o papa- quase de maneira instintiva nasce em nós o desejo de sermos queridos e admirados por esta boa ação, para obter satisfação por ela”.

O papa disse que Jesus, “que era justo e sem pecado”, foi “feito pecado quando, na cruz, foi carregado com nossos pecados, e assim nos recuperou e nos justificou perante Deus”.

Posteriormente considerou que “com esta consciência, começamos confiantes e alegres o itinerário quaresmal”.

“Que Maria Imaculada sustente nosso combate espiritual contra o pecado, nos acompanhe neste momento propício, para que possamos chegar a cantar juntos com júbilo a vitória na Páscoa da Ressurreição”, acrescentou.

Ao final da homilia, o pontífice realizou a imposição da cinza, sinal penitencial e de conversão.

O rito começou com a imposição da cinza sobre a cabeça do próprio papa por parte do cardeal eslovaco Jozef Tomko; outros cardeais presentes na cerimônia e que receberam as cinzas de mãos do pontífice foram Pietro Parolin, Mauro Piacenza, Leonardo Sandri, Walter Kasper, Lorenzo Baldisseri, Fernando Filoni, James Harvey, Giovanni Lajolo, Marc Ouellet, Franc Rodè e Agostino Vallini.

O bispo de Roma, junto com a Cúria, ficará retirado desde o próximo domingo, até o dia 14 março, na cidade romana de Ariccia para realizar exercícios espirituais na Casa Divino Mestre. EFE

jam/ff

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