Papa defende “reconstrução das pessoas” para levantar Haiti

  • Por Agencia EFE
  • 10/01/2015 12h29
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Cidade do Vaticano, 10 jan (EFE).- O papa Francisco defendeu neste sábado que uma verdadeira reconstrução no Haiti só é possível se for restaurada “cada uma das pessoas em sua totalidade”, em lembrança ao quinto aniversário do terremoto que assolou o país.

A declaração foi feita durante a audiência que teve com os participantes de uma conferência sobre o Haiti realizada nesta manhã no Vaticano.

“Não pode haver uma verdadeira reconstrução de um país sem que exista também a reconstrução de cada uma das pessoas em sua totalidade”, referiu o pontífice argentino.

Ele também defendeu impulsionar a liberdade de todos os haitianos para que assumam, assim, “suas responsabilidades e suas vidas espirituais e religiosas”.

Isso porque para Francisco “a pessoa é o centro da atividade da Igreja” e, por isso, “a prioridade deve ser ajudar a todos, homens e mulheres, para que possam viver completamente como pessoas”.

As atividades humanitárias e pastorais, portanto, “devem ser complementares” nesta fase de reconstrução do país, porque ambas “ajudam os haitianos a serem pessoas maduras e cristãos capazes de se dedicar ao bem de seus irmãos e irmãs”.

Além de destacar a importância da espiritualidade nesta fase de ressurgimento do país, o papa se referiu aos trabalhos humanitários que a Igreja desenvolve nele desde o desastre como “sinal da vitalidade da Igreja e da generosidade de muitos”.

“O Haiti experimentou uma cooperação efetiva entre muitas instituições eclesiásticas – diocese, instituições religiosas, organizações caridosas – e também de homens e mulheres individuais”, lembrou.

O simpósio foi organizado pelo Pontifício Conselho “Cor Unum” e pela Pontifícia Comissão para a América Latina e foi intitulado “A comunhão da Igreja: Memória e esperança para o Haiti cinco anos depois do terremoto”.

Participaram representantes da Santa Sé, da Igreja local haitiana e de algumas conferências episcopais, representantes de organismos de caridade católicos, congregações religiosas e diplomatas.

Nela, o presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, o cardeal Marc Ouellet, considerou que “a revitalização da tradição católica é a resposta aos anseios de amor e verdade, justiça e felicidade”.

Ouellet assinalou a conferência como um “gesto de renovado compromisso para seguir relançando e alimentando uma vasta, generosa e criativa corrente de solidariedade internacional”.

O presidente do “Cor Unum”, o cardeal Robert Sarah, se referiu ao encontro como “uma ocasião para lembrar ao mundo o desespero dos irmãos do Haiti, a quem a Igreja não pode esquecer”.

“Amar a Deus dá a todos os humanos uma dignidade infinita”, disse Sarah, e advertiu da “necessidade de uma antropologia cristã que entenda a pessoa como a medida com a qual julgar a bondade dos projetos”.

O presidente da Conferência Episcopal do Haiti, o cardeal Chibly Langlois, expressou seu “profunda gratidão” pela atenção que o país recebeu da Igreja e que se centra nos 2,5 milhões de pessoas que permanecem em situação de extrema pobreza e em uma população que sofre com 40% de desemprego.

Esta jornada vaticana sobre o Haiti terminará às 18h30 (local, 15h30 em Brasília), com uma missa celebrada na igreja romana de Santa Maria in Transpontina e presidida pelo secretário de Estado Vaticano, o cardeal Pietro Parolin. EFE

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