Papa diz que aproximação entre EUA e Cuba foi devido à “boa vontade” de ambos

  • Por EFE
  • 13/07/2015 12h21
Papa Francisco acena ao chegar para sua audiência geral na praça São Pedro, no Vaticano, nesta semana. 10/06/2015 REUTERS/Tony Gentile Reuters Papa Francisco

O papa Francisco garantiu nesta segunda-feira (13) que não houve mediação do Vaticano na aproximação entre Estados Unidos e Cuba, mas que a mesma aconteceu pela boa vontade dos dois países.

O papa respondeu assim ao ser questionado se a Igreja fez o papel de intermediário entre esses países e sobre a possibilidade de que a Santa Sé possa fazer o mesmo em relação a outras situações, como na Colômbia e na Venezuela, durante a entrevista coletiva dentro do avião no qual retornava de sua viagem por Bolívia, Equador e Paraguai.

“O processo com os Estados Unidos não foi uma mediação, não teve caráter de mediação. Havia um desejo que foi correspondido do outro lado também”, afirmou.

O pontífice argentino revelou que tudo começou em janeiro do ano passado quando se perguntou: “O que posso fazer com estes dois que estão assim há mais de 50 anos?”

“Os dois grupos estão se falando, aconteceu. Não houve mediação, foi a boa vontade dos dois países. O mérito é deles, que fizeram isso. Nós não fizemos quase nada, só pequenas coisas”, disse Francisco.

Em meados de dezembro do ano passado, Washington e Havana anunciaram que estavam quebrando o gelo entre eles e “esta é a história. Nada mais”, enfatizou o papa.

Por outro lado, Francisco disse que está preocupado neste momento com a possibilidade de uma interrupção no processo de paz na Colômbia.

“Quero que este processo de paz siga adiante”, desejou o pontífice, que, mais uma vez, manifestou sua disponibilidade para ajudar, uma oferta que já tinha feito ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em sua visita recente ao Vaticano.

“Há muitas formas de ajudar e será uma coisa muito ruim se as negociações não forem levadas adiante”, disse.

Além disso, Francisco acrescentou que “é preciso rezar para que não se interrompa esse processo de um conflito que já dura 50 anos e causou muitas mortes”.

Sobre a Venezuela, o pontífice explicou que a conferência episcopal está trabalhando para criar um pouco de paz, “mas que não há nenhuma mediação”.

Francisco também falou de direitos humanos, ao denunciar que os mesmos “não são respeitados em muitos países do mundo” e, inclusive, citou alguns países europeus, que “não permitem a exibição de símbolos religiosos”.

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