Papa diz que negociações para a paz na Colômbia não podem fracassar

Havana, 20 set (EFE).- O papa Francisco disse neste sábado em Havana que não pode haver outro fracasso no que chamou de “caminho de paz e reconciliação” na Colômbia, afirmando estar consciente da importância crucial do atual momento das negociações, que ocorrem com mediação de Cuba.

Francisco mostrou seu apoio aos esforços “aos esforços que estão sendo feitos na ilha para uma definitiva reconciliação”, em referência aos diálogos que estão sendo realizados em Havana entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

“Que o sangue vertido por milhares de inocentes durante tantas décadas de conflito armado, unido ao do Senhor Jesus Cristo na Cruz, sustente todos os esforços que estão sendo feitos”, disse o pontífice antes da tradicional oração do Ângelus e depois da primeira missa celebrada em Cuba, na Praça da Revolução de Havana.

“Que com a vontade de todos os colombianos, a longa noite de dor e de violência (…) possa se transformar em um dia de concórdia, justiça, fraternidade e amor no respeito da institucionalidade, do direito nacional e internacional, para que a paz seja duradoura”, completou o pontífice.

“Não temos o direito de permitir outro fracasso nesse caminho de paz e reconciliação”, disse o papa, que chegou ontem a Havana, uma viagem que será concluída no fim da semana nos Estados Unidos.

O papa agradeceu especialmente ao presidente de Cuba, Raúl Castro, presente na missa, “por tudo que ele faz no trabalho de reconciliação”.

As declarações de Francisco sobre as negociações entre o governo colombiano e as Farc na capital cubana ocorreram após o Vaticano ter reiterado ontem que o papa não deve se encontrar com os negociadores da guerrilha enquanto estiver no país.

O grupo expressou o desejo de se reunir com o pontífice como parte do atual processo de paz discutido com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse, no entanto, que o papa “está muito atento” às negociações, das quais “todos esperam boas notícias”.

Francisco chegou a Cuba para uma visita pastoral de quatro dias, a primeira etapa de uma viagem continuará a partir do dia 22 nos Estados Unidos. EFE

jam-sam/lvl