Papa elogia governo de Morales e pede diálogo por acesso da Bolívia ao mar

  • Por Agencia EFE
  • 09/07/2015 01h49

Cristina Cabrejas.

La Paz, 8 jul (EFE).- O papa Francisco deixou claro em seu primeiro dia na Bolívia que aprecia as mudanças ocorridas no país e pediu diálogo no conflito com o Chile pelo acesso ao mar.

O pontífice chegou nesta quarta-feira (data local), vindo do Equador, ao aeroporto de El Alto, onde foi recebido pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, em uma recepção com coros, música tradicional e representação dos vários segmentos culturais do país.

Morales fez um discurso breve, atendendo aos pedidos para não prolongar a permanência do papa no local por causa da grande altitude, já que o aeroporto está situado a mais de 4 mil metros.

Ainda em El Alto, o papa elogiou a beleza da Bolívia e os esforços dos governantes para incluir todas as minorias.

Francisco também disse que a constituição boliviana reconhece os direitos dos indivíduos e do meio ambiente, acrescentando que as instituições do país são sensíveis a essas realidades.

O pontífice se disse “alegre” por ter chegado a um país “que se diz pacifista” e que promove a cultura da paz.

Depois, em um discurso na catedral da capital boliviana, Francisco defendeu um “diálogo franco e aberto” para “evitar conflitos com os países irmãos”. Então, permaneceu em silêncio por alguns instantes para afirmar: “Estou pensando no mar. Diálogo, diálogo é necessário”.

Sem citar explicitamente o Chile, o papa se introduziu com diplomacia e discrição no conflito entre os dois países, que sempre pediram sua opinião sobre o assunto.

A disputa foi levada pela Bolívia à Corte Internacional de Justiça (CIJ) para que o órgão obrigue o Chile a negociar uma solução para a restituição da saída ao Pacífico perdida pelos bolivianos em uma guerra em 1879.

Francisco deu sequência ao discurso afirmando que todos os problemas, por mais espinhosos que sejam, “têm soluções compartilhadas, razoáveis, equitativas e duradouras”.

E desejou que, em todo caso, nunca sejam “motivo de agressividade, rancor ou inimizade, que agravam mais a situação e deixam mais difícil a resolução”.

“A Bolívia passa por um momento histórico: a política, o mundo da cultura, as religiões são parte desse formoso desafio da unidade”, prosseguiu o pontífice.

Em seu discurso aos membros da sociedade civil, o papa também voltou a falar da beleza da Bolívia, destacando a necessidade de uma “ecologia integral”.

“Jallalla Bolívia (Viva Bolívia, no idioma quíchua e aimara)” foi a saudação do papa ao chegar no país, a segunda etapa de sua viagem à América Latina iniciada no Equador e que terminará no Paraguai.

O papa percorreu as ruas de La Paz entre centenas de milhares de pessoas que se amontoaram para ver o papa móvel passar.

Já no fim da noite, o papa viajou a Santa Cruz de la Sierra, onde continuará sua visita à Bolívia. EFE

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