Papa oficia em português missa em honra ao Apóstolo do Brasil, José Anchieta

  • Por Agencia EFE
  • 24/04/2014 17h37
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Roma, 24 abr (EFE).- O papa Francisco oficiou nesta quinta-feira em português a missa de ação de graças ao espanhol José de Anchieta, na qual afirmou que a causa da canonização do padre conhecido como o “Apóstolo do Brasil” foi “não temer à alegria”.

O pontífice explicou que o santo, nascido nas Ilhas Canárias, foi um exemplo dessa alegria fruto da “força de atração dos discípulos de Jesus”.

Francisco ressaltou que isso é exatamente o que José de Anchieta ensina, “sua alegria”, que “para nós deve ser uma herança”.

A missa foi celebrada na igreja romana de Santo Inácio de Loyola, um local simbólico, já que o santo espanhol (1491-1556) foi o fundador da Companhia de Jesus, da qual também faz parte o próprio pontífice argentino.

Nela estiveram presentes autoridades, fiéis e religiosos tanto da Espanha como do Brasil, como o vice-presidente, Michel Temer, além de membros do clero.

A chegada de Francisco à igreja aconteceu às 17h50 (hora local, 12h50 de Brasília), recebido, como sempre, por vários fiéis e curiosos que o receberam com ovações.

Uma recepção mais numerosa que o habitual, já que atualmente Roma se encontra tomada por milhares de fiéis, turistas e peregrinos que chegaram à cidade para presenciar, no próximo domingo, as canonizações de João XXIII e João Paulo II.

No altar, o papa Francisco surpreendeu ao oficiar a cerimônia de ação de graças ao santo em português, embora para a homilia tenha optado pelo espanhol.

Para a ocasião, o pontífice vestiu uma batina branca com o sol, a estrela e a flor de nardo bordados em dourado.

Segundo uma antiga tradição heráldica, estes símbolos, também presentes em seu escudo pontifício, representam Jesus (sol), a virgem Maria (estrela) e São José (flor), padroeiro da Igreja católica.

Ao término do ofício, o papa se deteve por uns instantes para orar diante de da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira o Brasil.

Durante a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro em julho do ano passado, Francisco visitou seu santuário, onde se prostrou aos pés da padroeira, em cujas mãos encomendou sua vida e seu pontificado.

Ao término da missa, o general dos jesuítas, Adolfo Nicolás, presente na cerimônia, entregou ao papa uma relíquia do novo santo, o primeiro jesuíta a viajar para a América.

Ao sair do templo, dezenas de fiéis, a maioria brasileiros, abordaram o pontífice para dar presentes, tirar fotos e cumprimentá-lo.

A situação dificultou a passagem do papa, fazendo com que a gendarmaria atuasse para permitir que Francisco chegasse a seu carro.

O próprio Francisco foi quem, em 3 de abril, assinou o decreto para beatificar José de Anchieta graças à chamada “canonização equivalente”, ou seja, sem necessidade de milagres e pelo reconhecimento do fervor popular.

O santo é conhecido como o Apóstolo do Brasil por seu trabalho evangelizador e humanitário e é venerado especialmente em São Paulo, cidade da qual foi um de seus fundadores. EFE

gsm/cs

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