Papa pede a líderes religiosos que denunciem violência em nome da fé
Colombo, 13 jan (EFE).- O papa Francisco pediu nesta terça-feira aos líderes religiosos para que denunciem os atos de violência que sejam cometidos em nome da fé, durante o encontro inter-religioso que no Centro de Congressos Bandaranaike no Sri Lanka.
Em cerimônia com a presença de representantes de todas as confissões religiosas presentes no Sri Lanka, em seu primeiro dia no país, o pontífice afirmou que “pelo bem da paz, nunca se deve permitir que as crenças religiosas sejam utilizadas para justificar a violência e a guerra”.
“Temos que exigir de nossas comunidades, com clareza e sem equívocos, que vivam plenamente os princípios da paz e a convivência que se encontram em cada religião e denunciem os atos de violência que sejam cometidos”, ressaltou.
O pontífice lembrou aos dirigentes budistas, hinduístas e muçulmanos e de outras comunidades cristãs presentes que no Concílio Vaticano II “a Igreja Católica declarou seu profundo e permanente respeito pelas demais religiões”.
Também reafirmou, por sua parte, “o sincero respeito da Igreja pelo resto de tradições e crenças”.
Segundo o papa Francisco, seu desejo é que sua visita ao Sri Lanka ajude a “impulsionar e aprofundar as diversas formas de cooperação inter-religiosa e ecumênica”.
O papa, que usava um tradicional lenço hinduísta dourado que ganhou durante o encontro, pediu sobretudo o diálogo entre as religiões.
Ao se referir ao longo conflito civil com a guerrilha dos Tigres Tâmeis (LTTE), que durou 26 anos e terminou em 2009, o papa afirmou que agora é necessária “a recuperação e a unidade, e não novos confrontos e divisões”.
“Espero que a cooperação inter-religiosa e ecumênica mostre que os homens e as mulheres não têm que renunciar sua identidade, seja étnica ou religiosa, para viver em harmonia com seus irmãos e irmãs”, declarou.
O pontífice afirmou que as outras religiões podem ser importantes para atender as necessidades tanto materiais como espirituais “dos pobres e indigentes e dos que precisam de uma palavra de consolo, ou das famílias que continuam chorando a perda de entes queridos”.
Além disso, pediu aos líderes religiosos o compromisso de reconciliar todos os habitantes do Sri Lanka “no centro de seus esforços para renovar a sociedade e as instituições”.
O encontro foi realizado no Centro de Congressos Bandanaraike, que leva o nome do primeiro-ministro cingalês entre 1956 e 1959, e contou com a presença de aproximadamente mil representantes de cada confissão: budistas, hinduístas, muçulmanos e outras comunidades cristãs.
A cerimônia começou com cantos budistas, uma bênção hindu e outra muçulmana, uma oração do grupo ecumênico e o discurso do monge budista, Vigithasiri Niyangoda Thero. EFE
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