Papa se reúne com presidente de Uganda hoje, e receberá Evo Morales amanhã

Redação Central, 27 out (EFE). – O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, no Vaticano, em um encontro que se desenvolveu em um clima cordial, já amanhã será a vez do presidente da Bolívia, Evo Morales, que participará do Encontro Mundial dos Movimentos Populares.

O presidente ugandense chegou ao Vaticano às 10h (horário local, 6h em Brasília) acompanhado de sua mulher, Janet, membros de sua comitiva e do prefeito da Casa Pontifícia, monsenhor Georg Gänswein.

A audiência privada durou 20 minutos com a presença e um tradutor, já que o papa falava em espanhol, enquanto Museveni preferiu o inglês. O presidente de Uganda presenteou o pontífice com um livro escrito por ele e intitulado “A luta pela liberdade e a democracia”, e com outro chamado “Explorando Uganda”. O papa também ganhou um quadro com a imagem da ave grou, símbolo do país.

Museveni recebeu de Francisco um medalhão da paz e sua exortação apostólica “Evangelii Gaudium” (“A alegria do Evangelho”), que, conforme descreveu o pontífice, fala “da fé, da consciência social e da pobreza”. O presidente ugandense garantiu que o lerá e que espera o papa em seu país para comentarem o texto.

De ideologia conservadora, o governo de Museveni aprovou em dezembro do ano passado um projeto de lei contra homossexuais, que levantou muitas críticas por parte dos parceiros e doadores ocidentais de Uganda por contemplar, entre outras medidas, pena de prisão perpétua para quem realizar determinados atos homossexuais.

A lei foi declarada “nula” pelo Tribunal Constitucional em agosto por ter sido aprovada pelo parlamento sem o quórum necessário, o que levou ao Executivo ugandense a recorrer da decisão perante a Corte Suprema e criar um comitê para estudar se a norma deve voltar ao parlamento. Apesar da anulação, o homossexualismo, um assunto amplamente discutido no Sínodo dos Bispos sobre a Família convocado pelo papa, continua sendo um crime em Uganda.

Amanhã, o Francisco encontrará Evo Morales, que embarcou hoje rumo ao Vaticano para participar do Encontro Mundial dos Movimentos Populares. O presidente boliviano, que é da etnia aimará, foi acompanhado do ministro das Relações Exteriores, o também aimara David Choquehuanca, conforme informou a “Radio Patria Nueva”.

Durante esta viagem é provável que Morales reitere seu convite para o papa visitar à Bolívia, segundo indicou há poucos dias o presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, o governista Marcelo Elío.

A relação de Morales com a Igreja Católica boliviana sempre foi tensa desde que o líder chegou ao poder em 2006, devido às críticas dos religiosos contra o governo em diversos temas políticos, econômicos e sociais.

Em setembro de 2013, Morales visitou o pontífice e o convidou para uma visita à Bolívia, o qual, segundo disse na época, poderia ocorrer em 2015 ou 2016. A única visita de um bispo de Roma à Bolívia foi à feita por João Paulo II em 1988. EFE

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