Paquistaneses enterrem vítimas de ataque entre cenas de dor e luto

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 10h08

Islamabad, 17 dez (EFE).- Os habitantes da cidade paquistanesa de Peshawar enterraram nesta quarta-feira, entre cenas de dor e luto, as vítimas do massacre talibã em uma escola que acabou com a vida de 132 estudantes, em um dos piores ataques registrados em um país acostumado com a violência.

Pequenos ataúdes rodeados de gente se misturam com flores, vigílias e lágrimas nas imagens que são mostradas pelas televisões locais no primeiro dos três dias de luto decretados pelo governo.

Ao enterro de Zeeshan Safdar em sua cidade natal de Nowshera, a 43 quilômetros da cidade de Peshawar, onde a escola administrada pelo Exército foi atacada, centenas de moradores de povos próximos estiveram presentes, segundo mostrou a rede “Geo”.

Entre a multidão, sua mãe gritava para que não lhe separassem de seu filho, de “sua vida”.

Depois que o caixão foi enterrado, a mulher explicou entre lágrimas às câmaras que Safdar havia pedido arroz para jantar.

Osama Khalid também morreu ontem e foi sepultado hoje entre rezas de sua família e sua comunidade em Peshawar.

“Criei meu filho durante 20 anos e em 20 minutos estes terroristas desumanos o tiraram de mim”, disse o pai do jovem, que acrescentou que estava orgulhoso de seu filho, que se transformou em um “mártir”.

Mais jovem era Maria Farooqi que, com apenas 14 anos, foi assassinada na escola no mesmo dia que seu pai lhe prometeu um telefone celular se tirasse boas notas nas provas.

“Deu um beijo e disse a ela que compraria um telefone se seus resultados fossem bons”, disse o pai às televisões locais após um grande enterro.

O ataque aconteceu ontem em um colégio administrado pelo Exército em Peshawar, com um total de 132 estudantes e nove empregados do colégio mortos e 131 feridos. Também foram abatidos os sete terroristas dentro da escola.

Segundo os relatos de testemunhas e fontes oficiais, os atacantes foram de classe em classe disparando e lançado granadas, deixando um rastro de mortos.

O principal grupo talibã paquistanês, o Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), reivindicou o ataque e o justificou assegurando que para o “Exército nossas famílias são alvos” nas operações militares lançadas contra os insurgentes nas zonas tribais do Waziristão do Norte e Khyber. EFE

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