Paquistão registra maior número de casos de pólio em 14 anos
Islamabad, 4 out (EFE).- O Paquistão registrou o maior número de casos de pólio em 14 anos, com 202 infecções em 2014, o que supera o ano de 2000, quando 194 crianças contraíram a doença, informaram neste sábado fontes oficiais.
A Delegada para a Erradicação da Poliomielite do Paquistão, Ayesha Raza, confirmou os dados ao jornal local “The Express Tribune” e disse que 86% dos casos ocorreram nas Áreas Tribais sob Controle Federal (FATA) e na província de Khyber Pakhtunkhwa (KP).
O foco do problema é a dramática situação no cinturão tribal do noroeste do país, onde os ataques às equipes de vacinação impediram a imunização de centenas de milhares de crianças.
“O aumento de casos de pólio é uma preocupação, mas era esperado já que a maioria das infecções ocorreram em áreas onde não foram feitas vacinações desde 2012”, afirmou a ministra estatal do Serviço Nacional de Saúde do Paquistão, Sarah Afzal Tarar.
“O vírus da pólio circula principalmente em áreas pouco seguras”, acrescentou Afzal em referência à ameaça insurgente.
O principal obstáculo para a luta contra a pólio no Paquistão são os ataques armados contra os vacinadores e seguranças cometidos por grupos fundamentalistas. Neste ano já morreram 20 pessoas relacionadas às equipes de vacinação e, no ano passado, 30.
Embora os talibãs não costumem reivindicar estas ações, grupos afins com base no cinturão tribal na fronteira com o Afeganistão começaram em 2012 a cometer ataques armados contra os trabalhadores sanitários.
Entre outros argumentos, os fundamentalistas alegam que a campanha contra a pólio faz parte de um complô ocidental para esterilizar os muçulmanos e que entre os vacinadores trabalham espiões da CIA. EFE
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