Paquistão terá tribunais militares para casos de terrorismo durante dois anos

  • Por Agencia EFE
  • 25/12/2014 08h07

Islamabad, 25 dez (EFE).- O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, anunciou a criação de tribunais militares especiais para os casos de terrorismo durante os dois próximos anos, medida que recebeu o respaldo das forças políticas do país, elogiaram nesta quinta-feira diversos líderes políticos.

“É necessária uma ação contundente para tirar pela raiz a ameaça extremista de nossa sociedade, os partidos chegaram a um consenso para estabelecer tribunais militares especiais para conduzir casos de terrorismo”, indicou Sharif em discurso transmitido perto da meia-noite.

Semana passada 132 crianças foram mortas em um ataque do principal grupo talibã paquistanês, o TTP, em uma escola do noroeste do Paquistão.

“A história não nos perdoaria se não dermos passos concretos para acabar com o flagelo do terrorismo no Paquistão”, afirmou o primeiro-ministro, que explicou que as cortes funcionarão por um período de dois anos.

Ele ressaltou que não se deve esperar que “aconteça outra tragédia para despertar”.

Entre as medidas que acompanham o anúncio está a proibição de canais de televisão fazerem cobertura dos terroristas e afirmou que o governo atuará contra os livros e “discursos de ódio”.

O líder opositor Imran Khan, presidente do Paquistão Tehreek-e-Insaf (“PTI”) que durante meses manteve os protestos contra Sharif nas ruas, anunciou seu apoio aos tribunais militares.

O secretário-geral da Liga Muçulmana Paquistanês, o senador Mushahid Hussain, também disse à Agência Efe que apoia à medida.

“Estabeleçamos cortes militares, é o momento de atuar”, disse.

O líder do partido conservador Jamiat Ulemá-e-Islã (JUI) Fazlur Rehman indicou que apoiarão os tribunais militares se eles forem respaldados por analistas legais e constitucionalistas de todos os partidos.

Após o ataque à escola, Sharif anunciou que a moratória que vale desde 2008 para não executar as sentenças de morte não amparará os condenados por terrorismo.

As autoridades já anunciaram que mais de 500 condenados por terrorismo serão executados nas próximas semanas. EFE

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