Para EUA e Irã, ainda faltam “decisões duras” para chegarem a acordo nuclear
Lausanne (Suíça), 27 mar (EFE).- A poucos dias de vencer o prazo estabelecido para a definição de uma minuta de acordo sobre o polêmico programa nuclear iraniano, Estados Unidos e Irã coincidiram nesta sexta-feira que ainda precisam tomar “duras decisões”.
“Temos duras negociações, temos diferenças e vamos resolvê-las”, afirmou o ministro iraniano de Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, aos jornalistas antes da última e decisiva rodada de negociações em Lausanne, na Suíça.
Apesar de o negociador iraniano reconhecer que as partes estão se movimentando em direção a um acordo, advertiu que “depende de haver vontade política para escolher entre a pressão e um acordo”.
“Ainda temos bastante trabalho a fazer e estamos trabalhando duro”, concluiu Zarif.
Um negociador americano disse hoje à imprensa, em off, que Washington espera para os próximos dias que o Irã tome “duras decisões” que tornem um acordo possível.
“As conversas de ontem e de hoje foram duras e muito sérias. Estamos em um ponto nas negociações no qual realmente precisamos ver certas decisões sendo tomadas. Vamos comprovar se isso é realmente possível nos próximos dias”, assinalou.
“Esperamos que o fato de o presidente (iraniano, Hassan) Rohani ter escrito aos chefes de Estado do G5+1 seja um sinal de que o Irã está pronto para tomar algumas dessas duras decisões que precisa tomar como parte de um acordo global”, concluiu este negociador americano.
Na próxima terça-feira vence o prazo estabelecido por ambas as partes para chegar a uma minuta de acordo, que permitirá elaborar nos próximos três meses os detalhes técnicos de um acordo definitivo.
Com esse pacto, as seis grandes potências que negociam com a República Islâmica querem se assegurar que o programa nuclear iraniano não terá a capacidade de desenvolver armas atômicas.
O grupo internacional é composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França), mais a Alemanha.
Eles negociam há dois anos uma solução pacífica para esta disputa nuclear.
O Irã garante que suas atividades nucleares só têm intenções pacíficas, o que a agência nuclear das Nações Unidas não conseguiu confirmar em mais de uma década de inspeções e verificações. EFE
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