Para Hollande, Schengen está em perigo se não houver acordo sobre refugiados
Paris, 17 set (EFE).- O presidente da França, François Hollande, advertiu nesta quinta-feira que o espaço Schengen de livre circulação da Europa está em perigo se não houver acordo para gerir a entrada dos refugiados e sua distribuição entre os países, em entrevista à agência “AFP”.
Perguntado se Schengen corre perigo por causa da crise de refugiados, Hollande respondeu: “Sim, se não houver um mecanismo de centros de registro para distinguir os refugiados dos imigrantes econômicos e garantir o repartição dos beneficiados do direito de asilo”.
“Schengen estaria em perigo se não houvesse controle das fronteiras exteriores, já que nesse caso os estados restabeleceriam de uma forma ou de outra as fronteiras nacionais”.
“Então estaríamos obrigados a restabelecer os postos alfandegários, de controle também nos meios de transportes, e seria o fim de Schengen entendido como um espaço controlado que garante a liberdade de circulação”, disse.
A França, junto com a Alemanha, defendeu nas últimas semanas os centros de seleção de refugiados e imigrantes econômicos, assim como um repartição “equitativa dos refugiados em função das capacidades dos estados europeus”, o que é convictamente rejeitado por vários países do centro e do leste, em especial Hungria, Polônia, Eslováquia e República Tcheca.
O presidente francês reconheceu a “dificuldade diante essa oposição: “Como impor?”, disse.
Sobre a possibilidade de retirar as ajudas ou punir estes países economicamente, considerou que equivaleria a esses países “pagarem por não receber refugiados”.
Acrescentou que, se mais restrições forem fixadas, “o risco seria reduzir o espaço Schengen para cerca de poucos países. Aí a Europa poderia estar em perigo”.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, tinha avisado ontem que seu país “não hesitará” em voltar a estabelecer controles em suas fronteiras, como já fez com a Itália.
Valls ventilou a possibilidade de restabelecer esses controles fronteiriços, “como permitem as regras de Schengen quando as circunstâncias exigem”, após lembrar que a aplicação dessa medida meses atrás com a Itália permitiu conter o fluxo de imigrantes que tentava de entrar na França.
Foi convocada para o dia 23, a pedido da Alemanha, uma cúpula europeia para abordar a espinhosa questão dos refugiados, um dia após uma nova reunião dos ministros de Interior, que por enquanto não conseguiram desbloquear a situação. EFE
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