Para mercado, Bendine representa continuidade da interferência na Petrobras

  • Por Agência Estado
  • 06/02/2015 13h32
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O presidente do Banco do Brasil Simon Plestenjak/Folhapress Aldemir Bendine

A informação de que o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, substituirá Graça Foster na presidência da Petrobras foi mal recebida pelo mercado na manhã desta sexta-feira, 06, e fez as ações da estatal caírem ainda mais. Perto das 13h, os papéis recuavam 4,66% (ON) e 5,41% (PN). A empresa, cujo conselho está reunido em São Paulo, ainda não confirmou oficialmente a indicação.

“A reação do mercado após essa informação já diz tudo. A Dilma Rousseff escolheu um executivo que já é envolvido em problemas de gestão para controlar uma empresa cheia de escândalos originados de problema de gestão. Essa decisão é vista pelo mercado como a continuidade da interferência do governo na Petrobras”, resumiu um operador de renda variável.

Para ele, a decisão de tirar Bendine, que é funcionário de carreira do Banco do Brasil, da presidência da instituição financeira, para colocá-lo na Petrobras pode mostrar que nenhum dos outros profissionais cotados para o comando da estatal aceitaram o difícil desafio de reconstruir a companhia.

Para outro profissional, o trabalho feito por Bendine à frente do Banco do Brasil foi bom “mesmo com toda a interferência do governo”, mas ele destaca alguns episódios que o desgastaram e que até hoje não foram esclarecidos. Ele lembra do depoimento do ex-motorista do executivo, que afirmou ao Ministério Público Federal em agosto do ano passado que fez diversos pagamentos em dinheiro vivo a mando do então presidente do Banco do Brasil. O motorista afirmou que viu o próprio Bendine carregando sacolas de dinheiro para encontro com empresários. Na época, o MPF chegou a instaurar um procedimento investigatório.

Outro episódio lembrado por operadores foi quando Bendine foi alvo de denúncias após conceder um financiamento em condições favorecidas à socialite Val Marchiori, em novembro do ano passado. Com o desgaste, a saída de Bendine do Banco do Brasil chegou a ser cogitada na época.

Antes de Bendine, os nomes cotados para a vaga de Graça Foster até esta manhã incluíram o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o presidentes da resseguradora IRB Brasil Re, Leonardo Paixão; e o do presidente da Vale, Murilo Ferreira. Outros nomes já citados são o do ex-presidente da Ford Antonio Maciel Neto, o ex-presidente da BR Distribuidora Rodolfo Landim e do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.

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