Para PF, ex-secretário da Receita participou de esquema de pagamento de propina no Carf

Otacílio Cartaxo

O ex-secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo – atual presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) – se tornou um dos principais alvos da Operação Zelotes.

A operação foi aberta para apurar fraudes no julgamento, pelo conselho, de recursos de autuações do fisco. O Carf é responsável por julgar reclamações de contriuintes em débito com a Receita Federal.

Segundo a Polícia Federal, há indícios de que Cartaxo participou do esquema de venda de decisões favoráveis a grandes empresas.

Otacílio Dantas Cartaxo foi secretário da Receita entre 2009 e 2011 e presidiu de 2011 até janeiro de 2015 o Carf. As suspeitas são referentes a 2006, quando ele caiu na malha fina da Corregedoria da Receita.

As razões, segundo consta, são duas: durante diversos anos seguidos, Cartaxo declarou manter altas quantias em dinheiro vivo guardadas em casa e ter recebido e doado somas expressivasm superiores ao salário que recebia. Nesta e´poca, Cartaxo exercia o cargo de conselheiro no Conselho de Contribuintes, nome anterior do Carf.

Cartaxo mantinha proximidade com envolvidos no esquema. Entre os nomes está o de seu genro, Leonardo Sade Manzan. Nas escutas realizadas pela PF, com autorização judicial, lobistas e conselheiros conversam sobre supostas gestões do ex-secretário em favor de empresas suspeitas de pagamento de propina ao Carf.

Manzan, é ex-conselheiro do Carf e apontado pela PF como um dos principais integrantes do grupo suspeito de operar esquema de venda de decisões. Chegaram a ser apreendidos em sua casa cerca de R$ 800 mil em dinheiro. O genro de Cartaxo é sócio da SBS Consultoria Empresarial, empresa que, segundo a polícia, foi usada para “dissimular atividades criminosas”.