Para Roberto Giannetti, Brasil deve recuperar confiança do mercado: “Economia é feita de expectativas”
O ministro da Fazenda
O ministro da FazendaApós aumento de impostos anunciados pelo governo nesta semana, o Brasil participa do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, com a presença do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Para o economista Roberto Giannetti da Fonseca, o país tem que aproveitar a oportunidade para recuperar a confiança dos agentes econômicos. “Economia é feita de expecatativas”, explica.
“Não há milagres que vão mudar os fatos que estão à luz do dia”, disse ainda Giannetti, referindo-se ao desequilíbrio fiscal, ao baixo crescimento econômico e ao déficit nas contas externas (que pode chegar a 4% do PIB), indicadores que atormentam a macroeconomia nacional.
Giannetti sugere: “A primeira coisa que a equipe econômica deve fazer é apresentar um plano”. As medidas anunciadas na semana foram um remédio amargo, avalia. Mas necessários. Por exemplo, o imposto sobre a gasolina tem o objetivo de ajustar o preço ao mercado e, por tabela, ajuda a indústria nacional do álcool. “A equipe começou bem, mas ainda tem muito a fazer”, elogia.
Contexto mundial
Giannetti, que também é dirigente do Conselho Empresarial da America Latina (CEAL), avalia que a economia internacional também não vai bem. A China está crescendo menos, Europa com um crescimento deflacionário. A reversão da situação mundial “vai demorar anos, é um processo de reversão de expectativa”, disse.
E a situação afeta a tentativa de recuperação brasileira. “Nesse contexto, o Brasil não tem o vetor da economia internacional para puxar o crescimento”, explica.
Com isso, a demanda para as exportações brasileiras está ruim. Uma das soluções seria ajustar a taxa de câmbio para por volta de R$3 o dólar. Porém, “não existe milagre, é muito trabalho, muito mais transpiração que inspiração”, conclui Giannetti.
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