Paraguai cresce à custa de destruição de florestas, diz ONU

  • Por Agencia EFE
  • 28/11/2014 18h28
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Assunção, 28 nov (EFE).- A relatora especial das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, disse nesta sexta-feira em Assunção que o crescimento econômico vivido pelo Paraguai “foi produzido à custa da destruição em massa de ecossistemas como florestas e rios”.

Tauli-Corpuz afirmou ainda que a expansão, classificada por ela como “excepcional”, “infelizmente” ocorre à custa das necessidades “essenciais para a segurança alimentar e meios de vida dos povos indígenas do Paraguai”.

Em termos gerais, a relatora da ONU explicou que “a pobreza e a pobreza extrema seguem sendo alarmantemente altas, um indicador da crua desigualdade reinante” no Paraguai.

O governo paraguaio prevê um crescimento do PIB de 4% em 2014, o que deixaria o país acima do crescimento médio da América Latina e do Caribe (2,5%), e com o terceiro maior crescimento na região, atrás da Bolívia (5,1%) e do Peru (5,5%);

A economia paraguaia depende da exportação de soja, carne, milho e outros grãos. Os impostos pagos pelo setor agropecuário são os mais baixos da região, segundo o Banco Mundial.

Tauli-Corpuz, que passou uma semana visitando comunidades indígenas no país, disse que “a invasão do agronegócio, de empresas madeireiras e de criadores de gado” obrigou os povos originais a se deslocarem.

Segundo Tauli-Corpuz, uma líder indígena do povo Kankanaey Igorot, das Filipinas, a principal preocupação dos nativos do Paraguai é “a segurança sobre seus direitos a terras e recursos”.

O Paraguai tem 6,7 milhões de habitantes, dos quais 122 mil se reconhecem como pessoas indígenas, segundo o censo mais recente.

De acordo com a enviada da ONU, quase a metade deles não possui terras e 63% vivem na pobreza extrema.

A relatora reiterou a recomendação já feita ao Paraguai pela ONU de transformar o Instituto Nacional do Indígena (INDI) em um ministério, para assim ganhar mais recursos.

O Paraguai tem três sentenças contra o país na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) por violação dos direitos dos povos indígenas. EFE

sct/dk

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